‘A onda’ e o irracionalismo dos grupos*
(comentário sobre o filme “A onda”)
O filme “A onda” [The wave] tem início com o professor de história Burt Ross explicando aos seus alunos a atmosfera da Alemanha, em 1930, a ascensão e o genocídio nazista. Os questionamentos dos alunos levam o professor a realizar uma arriscada experiência pedagógica que consiste em reproduzir na sala de aula alguns clichês do nazismo: usariam o slogan “Poder, Disciplina e Superioridade”, um símbolo gráfico para representar “A onda”, etc.O professor Ross se declara o líder do movimento da “onda”, exorta a disciplina e faz valer o poder superior do grupo sobre os indivíduos. Os estudantes o obedecem cegamente. A tímida recusa de um aluno o obriga a conviver com ameaças e exclusão do grupo. A escola inteira é envolvida no fanatismo d’A onda, até que um casal de alunos mais consciente alerta ao professor ter perdido o controle da experiência pedagógica que passou ao domínio da realidade cotidiana da comunidade escolar.
O desfecho do filme é dado pelo professor ao desmascarar a ideologia totalitária que sustenta o movimento d’A onda , denuncia aos estudantes o sumiço dos sujeitos críticos diante de poder carismático de um líder e do fanatismo por uma causa.
Embora o filme seja uma metáfora de como surgiu o nazi-fascismo e o poder de seus rituais, pode conscientizar os estudantes sobre o poder doutrinário dos movimentos ideológicos políticos ou religiosos. O uso de slogans, palavras de ordem e a adoração a um suposto “grande líder” se repetem na história da humanidade: aconteceu na Alemanha nazista, na Itália fascista, e também no chamado ‘socialismo real’ da União Soviética, principalmente no período stalinista, na China com a “revolução cultural” promovida por Mao Tsé Tung, na Argentina com Perón, etc. Ainda, recentemente, líderes neo-populistas da América Latina, valendo-se de um discurso tosco anti-americano, conseguem enganar uma parte da esquerda resistente a aprender com a história.
Experiência pedagógica e política Feito para a televisão, ‘A onda’ [The wave], foi baseado em um incidente real ocorrido em uma escola secundária norte-americana em 1967, em Palo Alto, Califórnia. Antes de virar filme, foi romanceado em livro. A idéia do filme, com 45 minutos, era para fazer parte do currículo da escola, para estudar, refletir e se prevenir contra a onda nazi-fascista que começou no final da década de 30. Com a derrota do nazi-fascismo na 2ª. Guerra Mundial e o surgimento da ‘guerra fria’, filmes assim, podem funcionar como alerta contra pregações doutrinárias que fazem apologia aos totalitarismos de direita ou de esquerda. Muitas vezes, o doutrinamento pró-totalitarismo ocorre no âmbito universitário, como se fosse ensino ‘científico’, onde a democracia é considerada uma má invenção ‘burguesa’ e a política uma prática a ser superada por um ‘novo’ sistema desenhado pelo abstracionismo teórico.
“A Onda” é uma metáfora que se aplica, mais ou menos, a qualquer movimento de massa respondente aos apelos de um líder carismático ou de uma causa mítica irracional. Foi assim com os atos criminosos da Ku Klux Klan, o macartismo que desencadeou a “caça às bruxas” perseguindo todos os supostos “comunistas” nos EUA, os governos de direita da América Latina com traços totalitários como foi o de Pinochet (Chile), o regime de apartheid da África do Sul (antes de Nelson Mandela), o processo de “limpeza étnica” conduzida pelos sérvios nos Bálcãs, os grupos neonazistas skinheads espalhados pelo mundo, os carecas do ABC paulista, e o movimento separatista do Iguaçu, no Paraná, entre outros menos conhecidos. Também, os partidos políticos neonazistas abrigados no regime democrático, na Áustria, chefiado por J.Haidern, e na França, por Jean Marie Le Pen. Devem ser, ainda, incluídos os líderes com traços protofascistas (Eco, 1995): Berlusconi, que passou pelo governo da Itália, e líderes totalitários com traço imperial, como King Jon Il (Coréia do Norte), Assad (Síria), ou de milícias que ocupam o vazio do Estado (Hizbolá, Hamas, FARC, PCC) cujos atos truculentos faz semelhança com tantos movimentos fascistas italiano, espanhol, e mesmo o integralismo, no Brasil. No período da ditadura militar, depois 1964, no Brasil, surgem grupos de extrema-direita, como a TFP (Sociedade da Tradição, Família e Propriedade) e o CCC (Comando de Caça aos Comunistas), ambos com intenções de causar uma ‘onda’ de cooptação dos jovens para a sua luta ideológica e até terrorista.
Também líderes eleitos democraticamente, mas cujas manobras deixam transparecer traços totalitários (George W. Bush, Hugo Chávez, Mahmoud Ahmadinejad). Notamos que o traço comum entre estes líderes é a capacidade de fanatizar as massas por uma causa racional ou irracional, se valendo de métodos antidemocráticos como a censura, perseguições, prisões arbitrárias, elogios aos feitos do suposto ‘grande líder’, etc.
Também podem ser incluídos, hoje, como parte da onda protofascista (sic) os movimentos fundamentalistas (cristão, judaico, islâmico). O ‘fundamentalismo’ é a interpretação restrita do livro sagrado de forma a repudiar tudo e todos que não concordem com tal interpretação; trata-se de um “terrível simplificador” que pretende explicar e fornecer uma moral para o passado, o presente e o futuro da humanidade. Lembrando alguns traços do fascismo ou ‘protofascimo’ elaborado por Umberto Eco (1995), têm conquistado visibilidade na mídia as paradas dos “homens-bomba”, (que incluem crianças e mulheres), e as escolas de doutrinação islâmica ou madrassas, usadas como perversão do islamismo e impondo à população a cultura obscurantista Talibã, no Afeganistão. O auge de visibilidade dos efeitos da doutrinação islamofascista parece ser representado pela organização global da Al Qaeda, cujo líder Bin Laden, que nada tem de socialista ou marxista, diz lutar por uma causa supostamente “santa” contra os “infiéis do mundo ocidental”.
A atitude fascista não morreu O nazi-fascismo foi derrotado na 2ª. Grande Guerra, em 1945, mas ele não morreu. O que hoje acontece no cenário mundial nos leva a suspeitar que “ele não morrerá entre nós”, alerta o psicanalista francês C. Melman (2000).
A fundação do Partido Nazista, nos EUA, é de 1970. Recente levantamento realizado nos EUA contou 474 grupos de extrema direita, organizados naquele país, alguns agindo abertamente em diversos setores governamentais, inclusive com atos contra a
democracia e ao governo legitimamente constituído. A “Nação Ariana’ e a ‘Identidade Cristã’, são considerados pelo FBI como os dois grupos mais perigosos e ameaçadores dos EUA. O ataque terrorista que destruiu todo o edifício do governo federal, em Oklahoma City, em 1995, foi ato de um membro da extrema direita com ligações com o grupo ‘Identidade Cristã’. “O uso da religião para propósitos fascistas e a perversão da religião em um instrumento de propaganda de ódio, como um cruzada antidemocrática em nome da salvação da democracia, é uma tática disseminada entre os grupos de extrema direita” (Carone, 2003).Balizas para comentar esse filme:
Nosso olhar sobre o filme “A onda” focaliza três linhas de análise para comentários visando estimular o debate: (1) o nazi-fascismo como ideologia política totalitária de direita; (2) a psicologia de massas e a servidão voluntária dos indivíduos a um líder, grupo ou causa mítica; (3) a propaganda política e ideológica (4) o recurso da ‘experiência pedagógica’, como meio de ir para além do mero aprendizado de conceitos teóricos. Notar que o professor do filme adota a experimentação com grupo como recurso didático ‘vivencial’ [Dinâmica de Grupo e Sociodrama], que sempre implica em algum risco de perder o controle da experiência pedagógica. O “sócio-grupo” seria o grupo tarefa estruturado e orientado em função da execução ou cumprimento de uma tarefa, e o “psico-grupo” ou grupo estruturado, orientado e polarizado em função dos próprios membros que constituem o grupo, foram criados por Kurt Lewin – judeu alemão emigrado para os EUA - tinham como propósito serem não somente técnicas de aprendizagem alternativa à aula tradicional, considerada chata ou enfadonha mas de efetivamente trabalhar a dimensão afetiva e emocional de cada grupo enquanto gestalt, onde estão presentes preconceitos, dogmatismo, coesão, fé cega num líder, bloqueios, filtragens, enganos e auto-enganos na comunicação entre seus membros etc.Apesar de não ser um grande filme, e ainda prejudicado com o uso de cópias desgastadas, gravadas da televisão aberta, “A onda’ têm a virtude de levar o telespectador a não ficar indiferente aos fenômenos de massificação, fanatismo e intolerância do ser humano. Contudo, o filme é um sério alerta para: a) o risco do “sujeito” perder a “liberdade” e “autonomia”, submetendo-se incondicionalmente ao poder do grupo, sua “causa absoluta” veiculadas por slogans e palavras que ordenam uma ação automática, fazendo desaparecer o sujeito ; b) problematiza a possibilidade de ressurgimento do nazi-fascismo, ou dos totalitarismos de direita ou de esquerda, tendo em vista o desgaste das democracias representativas de nossa época; c) conscientiza a formação de grupites de adolescentes e gangues potencialmente intolerantes e criminosas. Há uma tendência narcisista nesses grupos que, geralmente, são atraídos pela proposta de igualdade e novo sentido existencial-no-mundo, a fundação na vivência da territorialidade, o desenvolvimento de um código de linguagem próprio onde os atos de rejeição dos “mais fracos”, “desgarrados” ou “diferentes” parecem legítimos e morais. Basta ver o recreio de qualquer escola onde os membros dos grupos reproduzem sua imagem narcísica no modo de ser, vestir, falar, pensar etc. Evidentemente, tal atitude faz parte do processo de desenvolvimento da personalidade em busca de identidade própria, mas pode também ser a base para a formação de um traço de caráter ‘blindado’, conforme o estudo de W.Reich.
O trote seria um tipo de onda?
O tradicional trote universitário é um ritual de violência sádica de um grupo “mais velho” sobre os “novos” ou calouros. O trote pode ser tipificado como uma formação protofascista, no sentido proposto por Eco (1995), na medida em que um grupo visa humilhar os supostamente mais fracos? Que fazer para quebrar essa “tradição de família” presente ainda em algumas universidades? O que esse ritual de passagem representa na cultura universitária? Será que aulas, palestras, leis, punições, bastam para conscientizar e levar à nova geração evitar essa prática?Será que medidas impostas pelos colegiados de cada instituição, investidos de autoridade, devem proibir com rigor o trote violento, por exemplo, reinventando regras com o sentido da pró-solidariedade? Que metodologia ou técnicas de ensino e aprendizagem poderiam ser usadas para quebrar essa tradição e instaurar uma consciência verdadeiramente crítica e historicamente elaborada sobre tal fenômeno?
Ascensão do irracional?
O retorno do irracional em forma de ‘onda’ ou de ‘massa’ parece ser uma resposta desesperada de algumas culturas resistindo à modernização ocidental liberal-burguesa-democrática; a globalização econômica em que pese o seu sentido capitalista excludente também tem produzido novas idéias e tecnologias que beneficiam toda a humanidade, embora causem em alguns grupos mais tradicionais o medo de perder sua identidade comunitária, tal como analisa Castells (1999) e Japiassu (2001).Aos educadores, é imprescindível trabalhar junto com os alunos, desde cedo, a ética da tolerância, o respeito à diversidade cultural e as diferenças demasiadamente humanas, bem como o desenvolvimento do espírito democrático e pluralista, onde a paz e a liberdade devem ser ativas.
O conhecimento científico, a informação e a tecnologia são insuficientes para melhorar o ser humano. É preciso desenvolver uma nova educação que encare o mundo complexo e promova, além da pesquisa que aspira o conhecimento novo, também uma sabedoria prática para se viver a vida pessoal e coletiva em tempos tão sombrios.
Os sintomas atuais de ascensão do irracional humano vem se revelando não só através de grupos nazi-fascistas que formam uma ‘onda’ pregando a “supremacia da raça branca”, a perseguição de judeus, negros, índios, homossexuais, nordestinos do
Brasil, feministas, esquerdistas, democratas, etc. O fundamentalismo religioso (cristão, islâmico e judaico), os atos dos criminosos ligados ao narcotráfico, o terrorismo protofascista de grupos ou de Estado, sem projeto político, podem ser considerados sintomas de “ascensão do irracional” (em nosso artigo, em http://www.espacoacademico.com.br/004/04ray.htm, observamos três sintomas do protofascimo no terrorismo: o desprezo do diálogo pelo ato – do ato pelo ato; o argumento pela emoção. Para Eco (1995) é a “a ação pela ação’ e a “luta pela luta”. Na leitura psicanalítica é representado pelo ‘mais-gozar’ da ação e o ‘mais-gozar’ da luta sem fim).O filme “A onda” focaliza, por um lado, o imperativo da ordem e disciplina e, por outro, o desejo de controlar a pulsão agressiva dos seres humanos travestido em organização fascista aspirando ser moral.
“A onda” pode ser vista através de alguns movimentos políticos-ideológicos de nossa história: quando atuou em nome de uma suposta “superioridade da raça ariana”, causou o genocídio nazista; quando levantou a bandeira da “causa do proletariado” milhares foram estigmatizados de ‘anti-revolucionários’, ‘reacionários burgueses’, ‘intelectuais inúteis’; quando surgiu com o nome de “revolução cultural” fez o povo quase perder suas tradições; quando “em nome de Deus” milhares são assassinados; quando “em nome do Bem contra o Mal”, da “causa justa” ou da “democracia”, invadiu países, destruindo prédios e vidas; Enfim, quanto o irracional está a serviço da racionalidade, o resultado é a imoralidade, o sofrimento e a morte em massa. Quando a intolerância quer ser reconhecida como moral e legal, justificando que a repressão da autonomia dos sujeitos é necessária “para o bem de todos”, a razão se faz cínica. Assim, é preciso reconhecer que ser racional não basta para singularizar o que é ‘ser humano’, ou seja, falta saber se ser racional é condição sine qua non para ser razoável e capaz de estabelecer empatia para com o nosso semelhante.
Depois do filme outras experiências pedagógicas foram realizadas e filmadas depois de “A onda”, que parecem ter sido influenciadas pelas pesquisas dos laboratórios de dinâmica de grupo e experimentação cientificamente controlada, desde a década de 1970.
Recomendamos aos pedagogos, psicólogos, historiadores, filósofos, sociólogos, antropólogos, entre outros, assistirem aos documentários: “Olhos azuis”, coordenado pela professora Jane Elliott e “Zoológico humano”, conduzido pelo psicólogo P. Zimbardo (Stanford University). Ao conduzir a experiência dos grupos, a professora Elliot evidencia o racismo, os fenômenos de grupo, a liderança, a submissão voluntária, etc. No “Zoológico humano”, recomendamos maior atenção para a 2ª. Parte, que trata da submissão do sujeito ao grupo. Em ambos, podemos observar fenômenos como ‘conformidade’, ‘disciplina’, ‘bloqueios’, ‘filtragens’, ‘contágio social’, a influência do ‘poder’, a ‘submissão’, as ‘distâncias sociais’, ‘barreiras psicológicas’, a ‘psicose de massa’, o ‘vigiar e punir” de uns contra outros para que ninguém seja a si próprio, a delação ou dedurismo como prática corriqueira de difícil verificação e confrontação com a verdade, o ‘narcisismo das pequenas diferenças' proposto por Freud, a ‘regressão dos indivíduos a condição de massa ’ (conforme dito de Adorno: o fascismo ao manipular as massas, faz “psicanálise às avessas”), etc.
Continua sendo atual o discurso do professor Ross, proferido no final de “A onda”: “Vocês trocaram sua liberdade pelo luxo de se sentirem superiores. Todos vocês teriam sido bons nazi-fascistas. Certamente iriam vestir uma farda, virar a cabeça e permitir que seus amigos e vizinhos fossem perseguidos e destruídos. O fascismo não é uma coisa que outras pessoas fizeram. Ele está aqui mesmo em todos nós. Vocês perguntam: como que o povo alemão pode ficar impassível enquanto milhares de inocentes seres humanos eram assassinados? Como alegar que não estavam envolvidos. O que faz um povo renegar sua própria história? Pois é assim que a história se repete. Vocês todos vão querer negar o que se passou em “A onda’. Nossa experiência foi um sucesso.
Terão ao menos aprendido que somos responsáveis pelos nossos atos. Vocês devem se interrogar: o que fazer em vez de seguir cegamente um líder? E que pelo resto de suas vidas nunca permitirão que a vontade de um grupo usurpe seus direitos individuais. Como é difícil ter que suportar que tudo isso não passou de uma grande vontade e de um sonho”.
terça-feira, 9 de março de 2010
BBB10: quando o irracional está a serviço da racionalidade, o resultado é a imoralidade!
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O povo que gosta e torce de Marcelo Dourado merecia um estudo, melhor, uma investigação daquilo que se designa como ser humano.
Dourado é uma figura desprezível para mim. Dentro do jogo me parece ser inquestionavelmente um machista, orgulhoso desta condição, homofóbico, extremamente mal educado, maquiavélico e um implacável jogador de má-fé.
Está ali na cara para quem quiser enxergar. Tem sua tatuagem proclamando ausência de fé, com o símbolo nazista incluso, cospe, arrota, diz que bate e quebra dedos, e também que Homem hetero não contrai aids, não admite assunto de viadagem, demonstra desprezo e ofensa com brincadeiras que envolva homossexualidade, grita todos os palavrões possíveis em rede nacional, aponta o dedo, grita e xinga quem bem entende. Mas não só (como se fosse pouco), faz fofoca e intriga entre os seus, ofende adversários, não admite voto ou castigo, com direito a ameaças públicas, no entanto, se coloca no patamar do macho justo que só fala a verdade.
Ontem xingou o Dicesar de viado e depois de advertido pelos comparsas fez pose para as cameras indo se desculpar com o ofendido, sob justificativa RIDICULA que pensava ser assim o tratamento comum entre pessoas com tal orientação. A cena foi bizarra, discurso besta para o seu público burro, da mesma forma que fez quando brigou e ofendeu Anamara, indo se desculpar em seguida com intuito cristalino de ficar bem na fita com o mesmo público e colegas de parceria.
Neste momento, as quatro horas da madrugada, o adorado Dourado explica que o simbolo do cristianismo ser um peixe se justifica porque Cristo era de "peixes", indagado se está se referindo a astrologia, o mesmo corrige: "Não, a astronomia". Em seguida, faz esboço de defesa dos muçulmanos contra os judeus (hummm). Recomenda a leitura do livro 'Assustadora História da Maldade', que possui tema central sobre a moralidade e a maldade. Consegue o leitor correlacionar o lutador de vale tudo ao conteúdo do livro por ele indicado?
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Se está tudo ali, no vídeo, escancarado, como entender os fanáticos que cegamente idolatram tal figura bizarra, para não dizer outro nome?
Tá certo, ele possui qualidades. Qualquer homem por mais que seja semelhante a um animal também possui qualidades. Nem o maior dos crimonosos é destituído de alguma qualidade. Embora todos os seus defeitos sejam muito maiores e incomparáveis aos demais integrantes desta edição, Dourado possui inteligência, astúcia, uma personalidade forte e indiscutivelmente impõe sua liderança para aquele grupo, fraco e sem vocação de lider.
Mas nenhuma destas supostas qualidades superam seus aparentes defeitos, estes muito maiores.
Então como explicar? Identificação do povo com ele????? Seria apenas uma reação inconsciente de parte da sociedade ao fato do programa ter colocado um grupo "colorido" "invadindo" seus lares? A necessidade de encontrar um lider? Suprir a carência do modelo masculino?
Aproveitarei uma mensagem que recebi de uma amiga. Imediatamente tracei um paralelo. Nele se faz menção a um evento muito conhecido historicamente, que remete os aplausos e adoração do POVO ALEMÃO por HITLER. Através dele tentei entender qual o espaço e razões que levam Dourado ocupar esta paixão de alguns.
A identificação, nas devidas proporções, de um fato grandioso que tem Hitler como protagonista confrontado ao modesto programa que destaca o esdrúxulo Dourado, reside apenas na possível resposta a estranhíssima ascensão deste personagem - Marcelo Dourado - junto aos telespectadores.
Então vamos a experiência praticada em sala de aula por um professor que conseguiu desvendar esse mistério:
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6 comentários:
Eita, maravilhoso esse texto. Fiquei com vontade de ver A Onda. Sobre Dourado, nem tenho mais saco. Só agradeço o fato dele não ser político. Ainda...
Cara, o texto é dez!
O texto ficou excelente. Uma pena que isso esteja acontecendo... Eu ainda não consigo acreditar que esse excremento resiste aos paredões...Mas o mundo dá voltas...
Muito bom seu post. Quanto ao Dourado, estou com medo dos valores das pessoas. Será que o certo é ser errado?
Como diria o grande poeta: "Toda unanimidade é burra!"
Olá Carlos. Da última vez que li um de seus textos fiquei revoltada com o tratamento dado por você de forma generalizada, às pessoas que não concordam com seu ponto de vista e critiquei aspectos técnicos e de conteúdo. Contudo li este seu texto e dessa vez fiquei parcialmente feliz com o que li, não por ser um primor de literatura, mas por ser transparente, pois nele você não tenta passar impressões do jogo como verdade absoluta, mas sim o que realmente são: impressões, mas impressões suas que você faz questão de defender e seu inconformismo com a corrente de pensamento que vai em sentido contrário ao seu.
Ótimo, você tem todo o direito de se inconformar, mas nunca de menosprezar o pensamento alheio.
Contudo, a título de enriquecimento do seu artigo no quesito pesquisa, seria bom fazer o seguinte esclarecimento:
- o símbolo que Marcelo Dourado usa tatuado em seu braço, não é um símbolo nazista. No Japão a suástica é chamada de "manji", usada para representar um "mon", ou "brasão de armas" de algumas famílias, por isso os guerreiros aristocratas Japoneses(samurais) usavam tal símbolo. Existe a mais de 4.000 Anos! A Suástica é considerada extremamente santa e auspiciosa por todos os hindus.
A palavra “suástica” vem do sânscrito e significa “aquilo que traz boa sorte”. A sua raiz, “Svas”, quer dizer bondade. Foi no entanto, com o Nacional-Socialismo (Nazismo), em 1920, que se veio consolidar a adoção da suástica por parte dos alemães, pois era um símbolo que tinha um significado muito importante para a “raça ariana”, o povo proto-indo-europeu.
Na própria novela Caminho das Índias da Rede Globo, Opash explica o simbolo à nora. Ela vê o simbolo em uma estátua e diz pra ele: "mas isso é um simbolo nazista". Opash explica que hitler usou a imagem, mas desvirtuou-a.
Este símbolo é utilizado para identificar TEMPLOS BUDISTAS no Japão e o desenho é em sentido anti-horário enquanto a nazista era horário, simbolizando "progresso" (na mente de Hitler).
Agora no quesito conceitos, valores e preconceitos, quero deixar alguns pontos para reflexão:
- a cruz cristã foi utilizada como símbolo de quase 300 anos de massacre, racismo, roubo, intolerância e perseguição durante a Inquisição, pergunto: Você pré julga alguém que tenha tatuado em seu corpo uma cruz?
Resposta negativa: você está sendo incoerente.
Resposta positiva: você está sendo preconceituoso
- A tatuagem "sem fé" representa um momento pelo qual a maioria de nós já passamos em nossas vidas, de descrença em tudo, quando estamos sem esperança.
Vamos supor que esta tatuagem significasse que ele não acredita em Deus.
Como você deve saber, a constituição brasileira nos dá o direito à liberdade religiosa e isso se estende aos ateus, que tem o direito de não acreditar em Deus, pergunto: Alguém que tatua "Jesus" merece mais respeito do que alguém que tatua "Deus não existe"?
Resposta negativa: incoerência e hipocrisia
Resposta positiva: preconceito
Você percebe agora porquê o assunto é mais complexo do que parece? Abraços e sucesso!
Alessandra,
Fatos não são ponto de vista. Fatos são fatos e sobre eles não cabe discussão.
Portanto, há uma longa distância daquilo que transcrevo como fato (público e de conhecimento geral) e aquilo que expresso ser apenas "minhas impressões".
Aliás, diria mais: impressões é muito relativo. Existem opiniões e palpites. Opiniões baseados em algum conhecimento sobre o tema e palpites, sem qualquer lastro.
Quanto ao sem fé, não vamos "supor" coisa alguma, como você sustenta, porque neste tocante Dourado fez questão de deixar claro e expressamente disse que não acredita em Deus. Direito dele e ainda bem, de todos nós.
Mas de maneira alguma entrei neste mérito, caso contrário teria dito que ele não possui fé - em Deus -. Você não deve colocar palavras que não existem no texto, até porque ser ateu não é demérito algum e jamais disse isso. Pelo contrário, as melhores leituras que faço são daqueles que possuem isenção religiosa. Enfim, para constar, admiro ateus.
O "sem fé" serviu apenas para demonstrar o PERFIL da personalidade do tatuado. Aquele que não acredita em coisa alguma, o que vai além de Deus. É fato, está lá tatuado, portanto, afirmar isto, não é um preconceito, e sim a retratação do coneito acerca de quem celebra e anuncia faz essa afirmação numa tatuagem.
E, sim, Alessandra, eu tenho preconceitos. A diferença é que procuro ter consciência deles, assim como reflito e luto contra eles. Por exemplo, tenho preconceito contra machistas, racistas e homofóbicos. Além de muito pouco paciência com pessoas dotadas de pouca inteligência. Ter preconceito, mesmo que bem justificado, sem dúvida, não acrescenta nada e é algo burro. Mas isto sim, renderia um longo texto.
Não acho nada que diga respeito as atitudes de Dourado no BBB10 complexo. Prepotência? Talvez. Ele não precisa de "interpretação" ou leituras cuidadosas. Ele fala e faz coisas suficientes que são fatos e sobre isto, já me manifestei algumas vezes.
Abs,
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