Ler as últimas notícias envolvendo abusos e escândalos sexuais tão próximas da figura do Papa Bento XVI sugere reflexão.
Não faltam notícias que nos conduzam a essa conclusão, a última foi aquela que o Assessor do papa foi afastado por escândalo de “prostituição gay”:
“Angelo Balducci, um dos Cavalheiros de Sua Santidade, uma espécie de assistente de elite para o papa quando recebe visitas importantes, foi flagrado em gravações feitas pela polícia dando instruções a um interlocutor sobre detalhes físicos de homens que gostaria que fossem levados a ele.
Segundo a imprensa italiana, o interlocutor era Thomas Ehiem, 29 anos, integrante do famoso coral do Vaticano, que também foi afastado. A polícia italiana havia grampeado o telefone de Balducci durante uma investigação de corrupção separada e não relacionada ao Vaticano. Em uma das transcrições vazadas para a mídia, Ehiem descreve um homem como tendo "dois metros, 97 quilos, 33 anos e diz que é 'completamente ativo'".Em outra, Balducci pergunta a Ehiem se ele já "falou com o seminarista", ao que ele responde "ele provavelmente está na missa, ou algo assim".”
“Depois que casos de abusos em escolas jesuítas na Alemanha vieram à luz no mês passado chocando o país, a Igreja Católica revelou na sexta-feira acusações contra padres que teriam espancado e abusado sexualmente de meninos em pelo menos três escolas na Bavária.
O jornal do Vaticano, L'Osservatore Romano, publicou no sábado uma declaração do Bispo de Regensburg, Gerhard Ludwig Muller, dizendo que um caso de abuso do diretor-assistente de uma escola primária ligada ao coral foi detectado em 1958. O clérigo foi prontamente afastado e processado, disse o comunicado.
Outro padre, que trabalhou com o coral da catedral em 1958 durante sete meses, foi culpado de abuso sexual 12 anos mais tarde. Uma investigação está sendo conduzida agora para determinar se ele cometeu algum abuso durante seu tempo com o coral.”
“A ordem dos capuchinhos reconheceu que um ex-diretor da escola de Burghausen abusou sexualmente de meninos em 1984 e 1985. Os casos foram investigados em 1991, mas a única providência tomada foi a transferência do religioso. Só neste mês ele foi suspenso.”
Seria um recurso fácil e apelativo associar os escândalos de pedofilia ao Vaticano – e o que teria ainda maior impacto – relacioná-las ao Papa.
Não acredito que a instituição, por si só e no todo, seja pervertida e criminosa, tampouco acredito que o Papa esteja diretamente envolvido em qualquer situação escabrosa.
Com todo respeito que merece qualquer instituição religiosa, cada vez mais desconfio que não seja bem a leitura estrábica da bíblia que condena os homossexuais, mas o reflexo da instituição no próprio espelho que reflete o mal existente que pulsa dentro da igreja, com violações aos seus dogmas, inclusive da castidade, regado de abusos sexuais, pedofilia e sexo consentido, propiciados pela convivência quase que absolutamente masculina dentro do clero e de suas instituições de ensino. A vivência homossexual DELES (ativa, sufocada ou testemunhada) dentro da igreja acaba sendo, numa visão turva, a justificativa fácil que é ela – a homossexualidade – o “instrumento” que conduz a todo mal que desvia do caminho da santidade.
Quando será que a Igreja Católica vai parar de jogar o canhão de luz para a homossexualidade alheia, condenando-a, e focar em si mesma, encarando o que realmente lhe aflige dentro de sua instituição? Jogar a culpa na prática homossexual alheia é jogar o lixo debaixo do tapete e não enxergar o que realmente está errado.
A Igreja Católica age igual as mães que descobrem a orientação sexual de seus filhos. Culpa os outros, estes sim, perversos homossexuais. Estes são, na cabeça torta de quem quer achar um responsável, os homossexuais que conduziram seu filho ao descaminho e erro. Enfim, eles são os responsáveis por tudo de errado em suas vidas.
É mais fácil culpar a atividade homossexual que enxergar a realidade que se desnuda dentro de sua própria casa, seus princípios equivocados e, principalmente, o quanto é SUA A RESPONSABILIDADE e participação pela transformação da conduta de alguém sob sua responsabilidade na prática de atos repulsivos, como abusos e pedofilia.
"A igreja católica torturou e matou milhares de inocentes durante a inquisição.Afirmou que os índios brasileiros não tinham alma.Apoiou o nazismo e deu força a todas as ditaduras militares na América Latina.Encobre e protege os padres pedófilos, que literalmente comem criançinhas.Afirma que os gays e lésbicas são seres indignos, diabólicos e que vão queimar eternamente no inferno.E por incrível que pareça, essa seita inenarrávelmente retrógrada e cruel ainda hoje é contra a camisinha."
2 comentários:
Parabens pelo blog e pelo texto, vou acompanha-lo de agora em diante!
Leco Vivela,
Obrigado pelo elogio e seja bem-vindo!
abraço
Carlos Alexandre
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