O presente blog se propõe a reflexão sobre os Direitos Humanos nas suas mais diversas manifestações e algumas amenidades.


quarta-feira, 20 de junho de 2012

Rio +20: Mundial Sede de Protestos



Até o momento a única questão no Rio +20 envolvendo indiretamente  Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transgêneros foi uma manifestação pública em protesto a desagradável presença do presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, na cidade.

Ahmadinejad veio ao Rio de Janeiro acompanhado do ministro das Relações Exteriores do Irã, Ali Akbar Salehi, o vice-presidente executivo de Relações Exteriores, Hamid Baqaei, e o vice-presidente para Assuntos Internacionais, Ali Sa’eedlou e sabe-se, aproveitou para pedir agenda com a Presidenta Dilma, que embora ainda não tenha anunciado a resposta, faz parte de uma política partidária que é amistosa àquele governo.

O movimento LGBT pegou carona com a comunidade judaica, liderada pelo Michel Gherman que questionou a presença do presidente do Irã ao evento: “— Queremos aproveitar a visita dele para apontar a contradição entre o discurso do ódio que ele prega e o discurso ecológico. Negar o holocausto e perseguir homossexuais não pode ser um discurso sustentável” — afirmou.

A vereadora Teresa Bergher (PSDB), presidente da Comissão de Defesa dos Direitos Humanos da Câmara Municipal do Rio, também presente a passeata, irá propor que Ahmadinejad se torne “persona non grata” na capital.

O superintendente da SUPERDIR, Claudio Nascimento, membro da Secretaria de Assistência do Social do governo do estado do Rio de Janeiro, também foi protestar contra o presidente do Irã e segundo noticiado no ‘site terra’ afirmou ser “importante estar presente na manifestação e reclamou que a agenda da Rio+20 não inclua o assunto direitos humanos na pauta de negociação”.

Mas se de um lado, temos na cidade a presença do Mahmoud Ahmadinejad, por outro, integra também o Rio +20 a Alta Comissária de Direitos Humanos da ONU, Navi Pillay.

A Alta Comissária de Direitos Humanos da ONU veio oficialmente a cidade para o Rio +20 pelos Direitos Humanos nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) que será acordado pelos presidentes: “Os instrumentos de aplicação, o empoderamento das mulheres e meninas, os direitos sexuais e de gênero, o papel dos Governos em garantir os Direitos Humanos são alguns dos temas essenciais, que devem ter papel central nos ODS. Enviei uma carta a todos os países do mundo para que coloquem as pessoas no centro das políticas do Desenvolvimento Sustentável”. Pillay está tendo bastante dificuldade até o momento nas negociações iniciais. 

A cidade do Rio de Janeiro está em polvorosa. Nunca vi tantos índios transitando pela cidade e nem tantas manifestações da sociedade civil que salpicam em pontos e momentos diferentes, como dos próprios índios contra o impacto do garimpo e da construção de barragens em terras indígenas; a marcha das mulheres; protesto contra o presidente do Irã por judeus, gays e religiosos; protesto do movimento sem terra; protesto dos jovens contra a presidenta Dilma; protesto dos ambientalistas em defesa à natureza; ato contra militares que participaram da ditadura; Marcha da Maconha, pedindo por mudanças na legislação da política de drogas do país; protestos das panteras iradas contra a economia verde e etc. Para amanhã os jornais já estão oficialmente noticiando três novos protestos, mas não informam quais serão as motivações. De qualquer forma, ainda teremos 50 comitivas de países diferentes transitando pela cidade e interditando ruas que se somarão aos protestos que paralisam a cidade.

Com tantas autoridades e protestos, se locomover no Rio de Janeiro, sem batedores, está “insustentável”, um caos. Só mesmo pela ânsia da defesa das questões sociais e ambientais.

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