Até o momento a única questão no Rio +20 envolvendo indiretamente
Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transgêneros
foi uma manifestação pública em protesto a desagradável presença do presidente
do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, na cidade.
Ahmadinejad veio ao Rio de Janeiro acompanhado do ministro
das Relações Exteriores do Irã, Ali Akbar Salehi, o vice-presidente executivo
de Relações Exteriores, Hamid Baqaei, e o vice-presidente para Assuntos
Internacionais, Ali Sa’eedlou e sabe-se, aproveitou para pedir agenda com a Presidenta
Dilma, que embora ainda não tenha anunciado a resposta, faz parte de uma
política partidária que é amistosa àquele governo.
O movimento LGBT pegou carona com a comunidade judaica,
liderada pelo Michel Gherman que questionou a presença do presidente do Irã ao
evento: “— Queremos aproveitar a visita dele para apontar a contradição entre o
discurso do ódio que ele prega e o discurso ecológico. Negar o holocausto e
perseguir homossexuais não pode ser um discurso sustentável” — afirmou.
A vereadora Teresa Bergher (PSDB), presidente da Comissão de
Defesa dos Direitos Humanos da Câmara Municipal do Rio, também presente a
passeata, irá propor que Ahmadinejad se torne “persona non grata” na capital.
O superintendente da SUPERDIR, Claudio Nascimento, membro da
Secretaria de Assistência do Social do governo do estado do Rio de Janeiro,
também foi protestar contra o presidente do Irã e segundo noticiado no ‘site
terra’ afirmou ser “importante estar presente na manifestação e reclamou que a
agenda da Rio+20 não inclua o assunto direitos humanos na pauta de negociação”.
Mas se de um lado, temos na cidade a presença do Mahmoud
Ahmadinejad, por outro, integra também o Rio +20 a Alta Comissária de Direitos
Humanos da ONU, Navi Pillay.
A Alta Comissária de Direitos Humanos da ONU veio oficialmente
a cidade para o Rio +20 pelos Direitos Humanos nos Objetivos de Desenvolvimento
Sustentável (ODS) que será acordado pelos presidentes: “Os instrumentos de
aplicação, o empoderamento das mulheres e meninas, os direitos sexuais e de
gênero, o papel dos Governos em garantir os Direitos Humanos são alguns dos
temas essenciais, que devem ter papel central nos ODS. Enviei uma carta a todos
os países do mundo para que coloquem as pessoas no centro das políticas do
Desenvolvimento Sustentável”. Pillay está tendo bastante dificuldade até o momento nas negociações iniciais.
A cidade do Rio de Janeiro está em polvorosa. Nunca vi
tantos índios transitando pela cidade e nem tantas manifestações da sociedade
civil que salpicam em pontos e momentos diferentes, como dos próprios índios
contra o impacto do garimpo e da construção de barragens em terras indígenas; a
marcha das mulheres; protesto contra o presidente do Irã por judeus, gays e
religiosos; protesto do movimento sem terra; protesto dos jovens contra a
presidenta Dilma; protesto dos ambientalistas em defesa à natureza; ato contra
militares que participaram da ditadura; Marcha da Maconha, pedindo por mudanças
na legislação da política de drogas do país; protestos das panteras iradas contra a economia verde e etc. Para amanhã os
jornais já estão oficialmente noticiando três novos protestos, mas não informam
quais serão as motivações. De qualquer forma, ainda teremos 50 comitivas de
países diferentes transitando pela cidade e interditando ruas que se somarão
aos protestos que paralisam a cidade.
Com tantas autoridades e protestos, se locomover no Rio de
Janeiro, sem batedores, está “insustentável”, um caos. Só mesmo pela ânsia da defesa
das questões sociais e ambientais.
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