O presente blog se propõe a reflexão sobre os Direitos Humanos nas suas mais diversas manifestações e algumas amenidades.


segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Na eleição presidencial Dilma e Serra sepultam e desaparecem com os LGBTS para privilegiar ala religiosa


Ontem falei da desesperança a partir do ponto de vista do filme Tropa de Elite.

Hoje transcrevo matéria do jornalista Christopher Hitchens que faz denúncia de um evangélico americano cínico que possuía alto poder de fogo contra os direitos dos LGBTs, especialmente o casamento gay, e que por conta disto recebeu compensações do Governo Bush.

Não se surpreenda. Lá, as vezes, é como cá.

Assim como temos a sensação de impotência frente à corrupção aparelhada pelo Estado demonstrada no filme Tropa de Elite 2, sinto o mesmo diante das eleições e a supervalorização da ala religiosa.

Quando será que serão cobrados das entidades religiosas os mesmos impostos que todos os cidadãos, inclusive LGBTs, pagam? Porque tantos privilégios legais para as religiões? Porque as entidades religiosas estão protegidas pela lei para não serem discriminadas (apesar de só possuírem leis que lhe dão manifestos privilégios) e os direitos dos LGBTs sequer são reconhecidos?

Porque eles podem xingar LGBTs de antinaturais, nos comparar a cachorro no cio, divulgar outdoors alimentando o preconceito, propor projetos de leis para proibir direitos idênticos aos outros cidadãos brasileiros? Eles não assumem, mas pregam a rejeição ou aversão aos gays (homofobia). E, petulantemente, apesar da comprovada realidade, desafiam a inteligência afirmando que pregam o amor ao próximo e que amam os homossexuais.

Nesta fase da campanha eleitoral assistimos dois candidatos a presidência da república que reafirmam, através de seus atos, que LGBTs não devem aparecer e que religiosos devem ser prestigiados. Os LGBTs são como os mineiros soterrados no Chile, com a diferença que as autoridades governamentais não clamam por suas vidas. Pelo oposto, jogam mais terra e não querem que eles sequer sejam cogitados. No entanto, as vezes, por descuido, acabam sendo lembrados como se fossem cachorros no cio.

Amar o próximo como a si mesmo, frase feita e achincalhada pelos religiosos, significaria obrigatoriamente reconhecer que o próximo possui os mesmos direitos que eles.

Os LGBTs respeitam sim os evangélicos e católicos, pois nunca pretendeu que eles tivessem menos direitos que nenhum outro cidadão. A recíproca não é verdadeira.

A afirmativa deles que o projeto de lei que criminaliza o preconceito aos LGBTs coloca em risco a liberdade de manifestação religiosa e que páginas da bíblia teriam que ser arrancadas é um absurdo tão grosseiro que chega a causar nojo. Não posso responsabilizar os fieis menos cultos e sem acesso a informação, mas não perdôo os evangélicos e católicos com acesso a informação e com mínima instrução que conhecem o teor do projeto mas induzem a todos os seus seguidores a erro. É pura maldade daqueles que dizem ser bons. Isto não é pregar o amor ou o respeito. É pregar o ódio e o preconceito.

"O cinismo do bispo antigay
Por Christopher Hitchens
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“O bispo Eddie Long, da Igreja Batista Missionária Novo Nascimento, no Estado da Geórgia, prega que Bayard Rustin foi um pecador desprezível que sofria da “doença” curável da homossexualidade. Tenho uma regra básica que nunca falha para esse tipo de clérigo. Acerte o relógio e sente-se: logo, logo eles vão ser apanhados esparramando-se voluptuosamente no banheiro dos homens. Pode ser cedo para colocar Eddie Long nesse grupo, mas duvido que eu tenha de recuar.

Eis, afinal de contas, o que o amigo de Long, reverendo Timothy McDonald III, da Primeira Igreja Batista Iconium, tem a dizer: “Esta é a questão: como pode alguém ser contra a homossexualidade e estar supostamente praticando-a? É o máximo da hipocrisia”. Cinismo e ingenuidade parecem conviver pacificamente nessa declaração. O reverendo McDonald não parece acreditar muito nas negações bem pouco convincentes proferidas por Long, acusado de ter coagido quatro jovens a fazer sexo com ele. Um de seus supostos parceiros talvez estivesse no limite da idade do consentimento, mas, fora isso, não consigo me importar se o autointitulado bispo transa com seu rebanho. O que me importa não é nem a risível obviedade de sua cobiça por bens materiais: joias, correntes de ouro, limusines e guarda-costas. Não, o que me ofende é que Long tenha sido capaz de fazer quatro ex-presidentes dos Estados Unidos (Jimmy Carter, George Bush pai e filho e Bill Clinton) assistir a seu circo opulento para o funeral de Coretta Scott King (viúva de Martin Luther King Jr.), em 2006. Muitos outros charlatães se beneficiaram do golpe clerical

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Eddie Long dizia que ser gay era uma “doença”. Agora, é acusado de ter feito sexo com quatro jovens

Não me espanta que o bispo Long ainda seja aplaudido pelos bancos da igreja depois do testemunho de sua “brigada” de rapazes. É impressionante que ainda esteja por aí depois das revelações sobre suas finanças pessoais. O que eu gostaria de saber é: quanto desse financiamento e desses gastos foi isento ou dedutível de impostos como “utilidade pública”? Num momento de discussão sobre a distribuição do ônus dos impostos, por que nunca se propõe que grandes quantias levantadas pelas igrejas sejam submetidas à Receita? Em 2006, a igreja de Long recebeu cerca de US$ 1 milhão dos contribuintes por meio da chamada “iniciativa baseada na fé” do governo de George W. Bush, uma parcela dos impostos destinada a entidades religiosas com supostas obras sociais. Insinuou-se que poderia ser uma compensação pela postura agressiva do bispo contra o casamento gay e outras “abominações” homossexuais. Se foi isso, minha pergunta seguinte fica mais divertida: como Long e seus amigos, “unidos” como estavam por fortes “laços” masculinos, gastaram nosso dinheiro?"

Um comentário:

Vinicius disse...

Amigos,
Sou Católico Apostólico Romano e não tenho nada contra os Homossexuais. Sou contra, apenas, a PL 122/06 que não permite que os opostos se manifestem. Apenas isso. Acho um absurdo a Igreja ser condenada, por exemplo, ao pregar que o homossexualismo é pecado. Isso não pode acontecer. Eu sou Católico e sou rotulado pelos evangélicos de "Idolotra" , "Adorador de imagens", tudo isso. E os evangélicos não podem ser condenados por isso. Chamam o Lula de ladrão, corrupto, e ninguem vai preso por causa disso. Seguindo o mesmo raciocínio, eu posso pegar de 2 a 5 anos de cadeia se disser a um irmão que o homossexualismo é pecado. Você é a favor disso? Não somos contra o Homossexual. Somos contra a prática. E dentro de uma sociedade democrática, devemos ter espaço para a troca de opinioes, sempre com muito respeito. Tenho um amigo homossexual que é exemplo de carater e honestidade, dificil até mesmo de ser encontrado pessoa tao correta quanto ele dentro da propria Igreja. O que ele faz dentro de quatro paredes, não é problema meu. Mas ele sabe que eu não sou de acordo com a prática dele.
Que a paz de Jesus Cristo estaja com todos nós!

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