O presente blog se propõe a reflexão sobre os Direitos Humanos nas suas mais diversas manifestações e algumas amenidades.


sábado, 31 de julho de 2010

Brasileiros invejam lei que permite casamento civil gay e desejam se casar na República Argentina após o anúncio dos primeiros casamentos realizados

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Jose Luis David Navarro e Miguel Angel Calefato mostram documento em Frías, na Argentina(esquerda) e 1 hora depois Alejandro Vanelli, de 61 anos, e o ator Ernesto Rodríguez Larrese, de 60, casaram-se, celebrando com um beijo (direita)

Só pelas duas imagens acima percebe-se a DIGNIDADE conquistada e reconhecida. Lindos os dois casais!

Um arquiteto e um aposentado, após 27 anos de noivado, se casaram sexta-feira na Argentina e entraram para a história como o primeiro casal legalizado de pessoas do mesmo sexo no país, desde que foi oficializada a lei que permite casamentos entre homossexuais em território argentino.

José Luis Navarro, de 54 anos, e Miguel Angel Calefato, de 65 anos, disseram o tradicional "sim" no registro civil da cidade de Frías, província de Santiago del Estero, no noroeste da Argentina. A lei que permite o casamento gay foi aprovada pelo Senado e sancionada pela presidente Cristina Kirchner.

"Os preconceitos são derrubados com o respeito", disse Navarro, ao diário local El Liberal. Navarro e Calefato ainda não aceitaram um presente de lua de mel que a Cidade do México prometeu ao primeiro casal gay que oficializasse sua união na Argentina, numa demonstração de apoio às reformas que legalizaram o casamento entre homossexuais na nação sul-americana.

"Isso me parece muito superficial para o que significa o acontecimento, pensar em se casar só para ganhar um prêmio", disse Navarro, segundo o El Liberal. A legalização do casamento entre pessoas do mesmo sexo converteu a Argentina no primeiro país da América Latina que reconhece esse tipo de união nacionalmente.

A Cidade do México também legalizou o casamento gay e foi a primeira da América Latina a fazê-lo. A "A Lei do Casamento Igualitário" na Argentina, pela qual foi reformado o Código Civil, foi aprovada pelo Senado em 15 de julho, após mais de 15 horas de acalorados debates.

A Argentina virou o primeiro país latino-americano que concede aos gays e lésbicas todos os direitos legais, responsabilidades e proteções que contempla aos casais heterossexuais, como a possibilidade de herdar bens e a adoção conjunta de crianças.

A Igreja Católica Romana na Argentina rechaçou a aprovação da lei e mobilizou os fiéis a rejeitá-la. Mesmo assim, em vários registros civis argentinos já existem pedidos de casamentos entre homossexuais.

Pouco depois, também na manhã desta sexta-feira, um ator e um representante de artistas se casaram em um cartório de registro civil de Buenos Aires após 34 anos de convivência.

O representante Alejandro Vanelli, de 61 anos, e o ator Ernesto Rodríguez Larrese, de 60, casaram-se no mesmo lugar onde há três anos tiveram esta possibilidade negada.

A nova legislação reforma o Código Civil, mudando a fórmula de "marido e mulher" pelo termo "contraentes".

Além disso, iguala os direitos dos casais homossexuais aos dos heterossexuais, incluindo os direitos de adoção, herança e benefícios sociais.

Brasileiros querem saber se podem se casar na Argentina

A informação foi confirmada à BBCBrasil pela presidente da Federação Argentina de Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transexuais, Maria Rachid, e pela presidente da Organização Não-Governamental (ONG) La Fulana, Claudia Castro.

A La Fulana reúne as lésbicas e bissexuais argentinas. A Federação concentra 42 entidades de pessoas do mesmo sexo em toda a Argentina.

"Já recebemos consultas de casais do mesmo sexo do Paraguai, da Bolívia, Itália, Inglaterra e também do Brasil", afirmou Rachid.

Segundo ela, não haveria problema para a realização destes casamentos na Argentina, já que a Constituição argentina não impediria casamento de estrangeiros no país.

"Será necessária apenas a confirmação de um endereço de residência na Argentina e pode ser até mesmo de um hotel. Isso não será problema. E foi o que já transmitimos aos que nos procuraram."

Qual a validade no Brasil do casamento de brasileiros gays na Argentina?

O casamento civil celebrado na Argentina, para os efeitos legais no Brasil, pode se tornar um problema para o brasileiro. Ele não será eficaz para o que se pretende, por falta de reconhecimento da lei brasileira, sob especial fundamento que fere a ordem pública, mas eventualmente poderá ser considerado válido e eficaz para lhe tornar bígamo, se o indivíduo casar depois com outra pessoa, aqui no Brasil.

Indiscutível apenas o papel do casamento no exterior como prova da união existente, além de cumprir o aspecto moral, para os nubentes.

Para a negativa dos efeitos do casamento realizado no exterior existem dois argumentos que a doutrina se apoia:

O primeiro que é necessário registrar o casamento no Consulado Brasileiro de Jurisdição do local do casamento e posteriormente, fazer a transcrição no Brasil, ou ainda, dependeria o efeito somente se a união for registrada no Brasil no prazo de 180 dias, a partir da volta de um dos cônjuges ou de ambos ao Brasil.

A segunda razão que tira os efeitos do casamento no Brasil seria por ferir norma de ordem pública. É que o casamento aqui é previsto expressamente na legislação pátria para casais formados por homem e mulher, e aquilo que fere este princípio da ordem pública não é válido e nem eficaz aqui.

Portanto, significa dizer, casa-se no exterior, mas não se consegue realizar o registro no Serviço de Registro Civil do domicílio do casal no Brasil, porque ofende o estabelecido à ordem pública.

Mas justiça seja feita. O Superior Tribunal de Justiça já decidiu expressamente que o casamento realizado no exterior não depende daquele primeiro obstáculo antes narrado, ou seja, do posterior registro aqui no Brasil, para que o casamento seja considerado existente, válido e eficaz.

É que, quanto a isto, foi decidido pela validade do casamento celebrado no exterior, sem depender do registro local. O eminente Ministro Ari Pargendler destacou que o Superior Tribunal de Justiça, no Recurso Especial nº 280.197/RJ, tratou especificamente do tema, ou seja, cuidou do art. 32 da Lei nº 6.015/73, reproduzindo até mesmo lição doutrinária de um dos nossos grandes especialistas, Professor Jacob Dollinger, no seu clássico "Direito Internacional Privado" . O eminente Professor mostrou, ao examinar a disciplina legal sobre a matéria, que não foi intenção do legislador obrigar o registro. Diz ele que a sua necessidade só ocorre para o efeito de provar o casamento celebrado no exterior, mas o reconhecimento da validade do casamento, no Brasil, dá-se independentemente do registro local. E essa tese foi acolhida neste precedente relatado pelo eminente Ministro Ari Pargendler.

Apesar de ultrapassado este obstáculo, continuamos com outro. O fato da legislação que institui o casamento no Brasil ser considerada uma norma com força de ordem pública. Por ser princípio de ordem pública não é permitido aos nubentes estabelecer condições para o casamento civil diversas daquilo que está previamente expresso na lei que a regula. E nossa lei estabelece o casamento CIVIL apenas para casais heterossexuais (CC, art. 1.514: O casamento se realiza no momento em que o homem e a mulher manifestam, perante o juiz, a sua vontade de estabelecer vínculo conjugal, e o juiz os declara casados).

Hoje, aqui no Brasil, no máximo você pode figurar como testemunha do casamento civil de heterossexuais.

Lembrem-se disto na hora de votar nas eleições de 2010!

sexta-feira, 30 de julho de 2010

Homossexuais em união estável passam a ter direito a declarar o imposto de renda em conjunto, indicando o companheiro como dependente

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Boas Novas!
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Finalmente o homossexual que comprovadamente tiver uma união com mais de cinco anos de convivência poderá indicar o seu companheiro como dependente no Imposto de Renda.
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É um direito finalmente reconhecido!!!
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Este direito esta previsto pela receita federal para os casais heterossexuais, oficialmente casados ou que convivam há mais de cinco anos juntos. Não fazia referência se a união estável (de casal não casado) teria que ser composta apenas de heterossexuais, mas até então não se aceitava que casais homossexuais apresentassem sua declaração de renda em conjunto, quando um fosse dependente do outro.
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A partir de sexta-feira ou no máximo segunda-feira, quando sair publicado no Diário Oficial da União está decisão os casais homossexuais passarão a ter, finalmente, pelo menos este direito.
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Cumpre esclarecer que este direito não foi reconhecido por lei, pelo Poder Legislativo, mas através de um Parecer e decisão advindo do Poder Executivo, atento as decisões do Poder Judiciário que cada vez mais reconhecem a união estável de casais homossexuais.
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Tenho certeza que até por falta de hábito, muitos se perguntarão qual a aplicação prática deste direito que agora será reconhecido.
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Simples, não é pouco comum, tal como ocorre na relações heterossexuais, eventualmente, um dos companheiros pague, por exemplo, as despesas da faculdade e do plano de saúde do companheiro. Estas despesas são dedutíveis na declaração de renda. Antes o declarante não podia declarar seu companheiro como dependente, agora pode. Muitas vezes o companheiro tem renda baixa e, aritmeticamente, fosse interessante para o casal fazer declaração em conjunto, figurando um deles como dependente. Enfim, os casais homossexuais passarão a experimentar, tal como os casais heterossexuais, um direito que não podia ser exercido.
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No Jornal O Globo, traz as informações que envolveram o reconhecimento deste direito:

BRASÍLIA - Casais homossexuais poderão declarar o companheiro ou companheira como dependente do Imposto de Renda (IR), desde que cumpram os mesmos requisitos estabelecidos pela lei para os heterossexuais com união estável, como vida em comum por cinco anos. A Receita Federal poderá notificar o contribuinte para verificar a informação.

A novidade será publicada na edição desta sexta-feira no Diário Oficial da União por meio de um parecer 1.503/2010 da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional. O documento foi aprovado pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega. A expectativa é de que a Receita venha a público nesta sexta-feira para informar a partir de quando esse tipo de declaração será aceita.

O parecer resulta de uma consulta feita por uma servidora pública que desejava incluir como dependente sua companheira, isenta no IR. A consulta da servidora abriu precedente para outros casais de mesmo sexo em situação semelhante.

Baseado no princípio da isonomia de tratamento, o parecer destaca que, como a legislação prevê a inclusão de companheiros heterossexuais de uniões estáveis como dependentes no IR, o mesmo deve ser garantido aos parceiros homoafetivos.

"O direito tributário não se presta à regulamentação e organização das conveniências ou opções sexuais dos contribuintes", diz o documento. "A afirmação da homossexualidade da união, preferência individual constitucionalmente garantida, não pode servir de empecilho à fruição de direitos assegurados à união heterossexual."

O Brasil não reconhece a união estável entre pessoas do mesmo sexo, mas a Justiça - e agora o Executivo - tem concedido a esses relacionamentos o mesmo tratamento legal dado aos casais heterossexuais.

Para que o leitor tenha uma visão mais abrangente sobre a importância e a aplicação prática de tal direito, reproduzo também algo que facilitará a compreensão das possíveis vantagens e desvantagens, conforme a hipótese de cada um, da declaração de renda utilizando tal direito:
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Vantagens e desvantagens
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É certo que quanto mais despesas dedutíveis você tiver, maiores serão as suas chances de receber a restituição do imposto, afinal, a sua base para cálculo para a incidência do tributo se torna cada vez menor. Além de despesas com contribuições previdenciárias e aposentadorias para pessoas acima de 65 anos, por exemplo, também é possível deduzir despesas com dependentes, instrução e saúde.
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Mas ao declarar em conjunto, isto é, declarando as despesas com seus dependentes (companheiro, pais etc), apesar da vantagem de se poder deduzir todos os seus gastos, corre-se o risco de aumentar a base de tributação caso o dependente tenha renda tributável, uma vez que todas as rendas devem estar somadas na declaração.
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Suponhamos aqui um caso de um filho que paga o plano de saúde de seus pais e que pretende considerá-los como seus dependentes. É possível declará-los como dependentes na declaração e, portanto, abater R$ 1.730,40 por dependente e as despesas integrais com saúde (os planos de saúde). Porém, se os pais deste contribuinte possuem renda tributável, isto é, também são contribuintes do imposto de renda, então todas as rendas serão somadas (filho, pai e mãe) e neste caso as deduções passam a ser insignificantes diante de toda a renda levantada.
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Programa exige informações claras
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Por esta razão, é muito importante que, antes de enviar a declaração de IR, o contribuinte faça uma simulação com as duas situações: declarando em conjunto com seus pais como dependentes ou declarando sozinho, sem lançar as despesas com dependentes e planos de saúde como gastos dedutíveis. Para dependentes isentos do imposto de renda, a declaração em conjunto passa a ser mais vantajosa, pois não há renda tributável para ser somada à renda do declarante.
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Vale lembrar que existem campos específicos no formulário de preenchimento da declaração de IR destinados ao lançamento da renda tributável e não-tributável (salário, pensão alimentícia, caderneta de poupança etc.) e do CPF de cada dependente. É obrigatório declarar o CPF de todos os dependentes maiores de 18 anos. Portanto, uma vez decidido que irá colocar dependentes na declaração, todas as informações devem estar bem claras.
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Só para quem declara pelo modelo completo
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Por último, convém destacar que as deduções discutidas acima no imposto de renda só são permitidas para quem adota o modelo completo da declaração, pois no modelo simplificado todas estas despesas dedutíveis são trocadas por um desconto de 20%, calculado sobre a receita tributável do contribuinte, limitado a R$ 12.743,63.

quinta-feira, 29 de julho de 2010

A pergunta de todo lgbt que possua alguma autoestima hoje é: e agora, em quem votar para Presidente da República?

Convido a pensarem comigo o tema que hoje levantarei. Imagino que muitos, como eu, estão se sentindo desamparados, despidos, sem caminho, perdidos, amarrados pela ausência de esperança e opções diante daquilo que vemos dos principais candidatos a presidência da república.

Se Dilma Rousseff, José Serra e Marina Silva são os candidatos com maior probabilidade de ganhar a eleição para o cargo máximo que é o da presidência da república, mas se negam a reconhecer a sua CIDADANIA, negando seus DIREITOS, como votar em algum deles?

Não, jamais diria para votar nulo ou em branco. Eles (candidatos) não admitem, mas somos cidadãos e temos o dever e a responsabilidade de votarmos. Nosso voto é sim IMPORTANTE. Mais que eles desejam e admitem.

Votar no “menos pior”, considerando a proposta de governo de cada um deles, numa visão generalíssima e abstrata, seria uma hipótese. Mas dói. Dói porque eles teriam conseguido negar a minha existência, minha orientação sexual, meus direitos e, principalmente, minha dignidade e, ainda assim, humilhantemente fui um voto seu.

Tem que ser muito poliana e não estou nesta fase.

Li algumas vezes os comentários de uma pessoa a quem admiro e todos conhecem, Carlos Tufvesson, um militante guerreiro, odiado e invejado por muitos outros militantes. Alguns militantes petistas se ressentem por ele ser uma pessoa pública, famosa, bem sucedida profissionalmente e com imenso trânsito junto a vários renomados políticos brasileiros, como Sérgio Cabral, Cesar Maia, Eduardo Paes, Aécio Neves, entre outros. Embora ele não canse de dizer que não se renda a um partido político, em detrimento de seus ideais, ainda assim o acusam de ser burguês e apoiar à direita. Balela. Pois bem, prova disto é que ele hoje afirma que o candidato do PSOL, Plínio de Arruda Sampaio, pode acabar levando seu voto.

Tem lógica.

Meus preconceitos irracionais fizeram, na primeira hora, sentir uma certa repulsa. O Partido PSOL me remete a lembrança dos xiitas e fundamentalistas, e fundamentalistas vocês sabem que me lembram aos evangélicos. Mas, os candidatos que estão aí não me deram escolha, tive que rever meus preconceitos.

Quero dividir isto com vocês.

É que justamente o candidato ancião, Plínio de Arruda Sampaio, contando aproximadamente com 80 anos de idade, se trata do único candidato a presidência da república que afirma peremptoriamente ser favorável ao casamento homossexual. É acredite, por tudo que li até o momento de seu histórico, não se trata de firula ou artimanha meramente circunstancial para angariar votos.

Plínio Sampaio, após desligar-se do Partido dos Trabalhadores, do qual foi um dos fundadores e histórico dirigente, ingressou no Partido Socialismo e Liberdade (PSOL). Por não concordar com o rumo político do PT, Plínio desligou-se do partido. Em 2006, como candidato do PSOL a governador do Estado de São Paulo, chegou a dizer, durante debate que precedeu o primeiro turno das eleições, que o programa político do PT era idêntico ao do PSDB.

Ele é promotor público aposentado e ex-deputado federal e também um dos mais respeitados intelectuais de esquerda católica e também um dos mais árduos defensores da Teologia da Libertação entre o laicato.

Desde 1996 é diretor do jornal Correio da Cidadania, veículo de imprensa independente da cidade de São Paulo.

Em 2007, aos 76 anos, participou ativamente da histórica passeata na Avenida Paulista organizada no dia Dia Internacional da Mulher, pelos direitos da mulher trabalhadora e contra a política externa do presidente estadunidense George W. Bush.

Plínio de Arruda Soares não disse só uma vez ser favorável ao casamento, mas várias. Assim como é favorável ao aborto e a liberação da maconha. Sem dúvida, o vovô (respeitavelmente), além de intelectual é bastante moderno.

Sei que o candidato do PSOL está longe nas pesquisas. Mas acho que ele é a resposta certa para os candidatos que negociam com os católicos e evangélicos os direitos dos homossexuais. Quanto MAIS VOTOS Plínio Soares tiver, mais os outros candidatos (que nos renegam como cidadãos) poderão eventualmente entender que nossos votos possuem valor. Se Plínio de Arruda Soares não conseguir se eleger, o que não chegaria a ser surpresa ou escândalo, o meu, o seu e todos os votos nele juntosque significam o diferencial das propostas, ou seja, a aprovação do casamento homossexual, do aborto e da legalização da maconhatalvez passe a ser enxergado (pelos números e o valor destes números), como algo importante a ser considerado pelos demais candidatos.

Por enquanto, desde que Plínio Soares não surja com alguma proposta totalmente absurda e inadmissível, é uma razoável solução. Desta forma, não me sinto aviltado votando em quem não me aceita ou negocia meus direitos com as religiões homofóbicas e, além disso, tenho a real chance de utilizar meu único instrumento de recado que interessa aos demais candidatos para que passem a prestar atenção nos meus direitos: O VOTO.

quarta-feira, 28 de julho de 2010

A FALTA DE HONRADEZ DA MILITÂNCIA NA BANDEIRA DE UMA CAUSA


Se você é lésbica, gay, bissexual ou transgênero e não pertence a alguma militância organizada precisa saber o que aparentemente se passa nos bastidores de algumas destas associações, ditas organizadas, que nos representam.

Estamos ao Deus dará...

Vocês devem se recordar do polêmico decreto do III Programa Nacional de Direitos Humanos que o Presidente Lula assinou, onde constou expressamente o comprometimento do Poder Executivo para o reconhecimento da união civil gay. Dilma se comprometeu a não cumpri-lo...

Foi criado ainda, também pelo Poder Executivo, portanto, um governo petista, a Coordenação Geral de Promoção dos Direitos de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais – LGBT, lá no Departamento de Promoção dos Direitos Humanos do nosso Poder Executivo.

Esta coordenação geral de promoção dos direitos LGBT no governo federal, formada por militantes lgbts, deveria estar, perdão pela redundância, ‘promovendo’ os compromissos assumidos por este governo petista, em especial junto a candidata da situação, no caso do PT. Por sua vez, a Comissão LGBT do partido do PT, todos lgbts e militantes gays, deveria também estar igualmente promovendo e assessorando a candidata de seu partido para a defesa dos direitos lgbts, até porque o estatuto do partido prevê a defesa destes direitos.

Mas como todos estão cansados de saber, a candidata do PT, Dilma Rousseff, se comprometeu com os evangélicos que, se eleita, o Poder Executivo, do qual ela eventualmente será a chefe, nada fará para os lgbts em relação à união civil. Ora, se muda e omissa ficará em relação a mera união civil, o que dirá sobre casamento civil, como na Argentina.

Eu li, e ninguém me disse, um ser gay que pertence a uma comissão governamental em São Paulo, a priori representando interesses lgbts coletivos do local, e que é petista, dizendo publicamente inúmeros desaforos a outro militante gay, também petista, porque este ousou questionar o papel das pessoas empossadas na Coordenação Geral de Promoção dos Direitos de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais – LGBT do atual Governo Federal diante dos absurdos que a candidata do Governo, Dilma Rousseff, vem anunciando.

A justificativa para o silêncio da Coordenação e dos militantes lgbt do PT foi, acreditem, a “ética”. Segundo tal pessoa não seria ético criticar. Pior, ele acha correta a conduta criticada.

Você que está lendo pode pensar que se trata de um caso isolado, mas não é verdade. Os MILITANTES LGBT que são petitas ou que estão com o rabo preso porque ocupam cargos e comissões nos governos federais, estaduais e municipais (de alguma forma também ligados ao PT), se calaram num silêncio sepulcral, numa clara anuência com essa covardia da Dilma Rousseff que temos assistido pelos jornais.

Grande parte da militância LGBT é petista ou está ligado ao governo de alguma maneira.

A discussão que se assiste não é a violação da Dilma aos compromissos do atual governo com os LGBTs. No movimento homossexual se vê apenas brigas partidárias, alguns falando mal da candidata Dilma Rousseff e outros falando mal do José Serra e Marina Silva. Cheguei ao absurdo de ler, como pretenso argumento, que determinado candidato de tal partido repassaria mais verbas para a causa, como se fosse dinheiro e não direitos o almejado.

Sobre os pactos, omissões e discursos absurdos? Nada.

Evidente que exceções existem. Muitos militantes, a maioria que não tem “rabo preso” e não depende de favores ou cargos públicos, se revoltam. Há sim associações e militantes íntegros, mas infelizmente a maioria não aparenta isto. Não neste momento.

São poucos aqueles que lutam PELOS DIREITOS LGBTS, porque antes disto, muitos daqueles que dizem lutar por tais direitos, dão antes prioridade a luta pela bandeira de seu partido e danem-se os nossos direitos. Igualzinho você assiste Dilma fazer.

Me refiro preferencialmente a Dilma que ao Serra porque ela é a candidata do governo que assumiu compromissos com os direitos LGBTs, portanto, a sensação de traição é pungente. Mas o José Serra e seu partido não são ou estão diferentes da Dilma e do PT, basta verificar suas respostas as questões que envolvem direitos lgbts. Marina então, nem pensar, a última dela foi defender a interferência das religiões nos assuntos de estado.

Portanto, amigos, não se iludam, Não espere que o outro fale e tome partido por você naquilo que considere importante ou vital. Dependemos muito mais nestas eleições de nossas voluntárias ações, se desejamos nos fazer ouvir. Tomara que eu esteja errado.

Respeito é bom, e eles não possuem isto por nós. Está provado. Então nos cabe conquistar este respeito. Lutar por ele. Cabe a mim, como cidadão agir neste sentido, da mesma forma que cabe a cada um de vocês.

A militância dita organizada debocha e despreza quem milita sem estar filiado as suas associações. Mas confio muito mais na atuação das pessoas LGBTs que nestas ditas organizações, cheia de política tão podre quanto a que assistimos nestes partidos e suas coligações. Com nossas bocas, dedos digitando e presenças nas ruas podemos fazer a diferença. Depende de nós. De cada um de nós.

terça-feira, 27 de julho de 2010

Lésbicas, gays, bissexuais, trangêneros e simpatizantes VAMOS REAGIR!


Em tempos de candidatos a presidência da república (especialmente Dilma Rousseff) que explicitamente fazem acordos com os evangélicos nas nossas caras, se comprometendo com eles que tudo que conseguirmos deverá sair do Poder Legislativo, porque do Poder Executivo não mexerão um dedo por nós, devemos olhar bem em que Deputados Federais e Senadores estamos votando e quais destes são candidatos homofóbicos que tentam se reeleger.

Marcelo Crivella (RJ), que se diz amigo pessoal do Lula, é um deles. Graças a ele e Magno Malta (ES) até hoje o projeto de lei que pretende criminalizar a homofobia (PLC 122/2006) não conseguiu ser votado no Senado Federal. Foram mil artimanhas regimentais e muita política de baixo nível utilizadas.

O Senador do Rio de Janeiro que cria tantos problemas no Senado para os nossos direitos LGBT, Marcelo Crivella, possui 42% das intenções dos votos.

Chama atenção o fato que a intenção de votos brancos e nulos somem 28% e não soubessem responder 44%. Com certeza, os evangélicos não estão na estatística entre aqueles que não souberam responder. Estes já foram adestrados como gado pelos seus pastores a se manifestarem sobre seu voto de cabresto eclesiástico.

Embora o Movimento LGBT já tenha demonstrado que não consegue sequer mobilizar os candidatos a presidência da república para se manifestarem sobre casamento civil, mesmo com advento recente na Argentina, precisa tentar fazer alguma coisa para contribuir nos votos brancos e nulos e também para os que ainda não souberam responder em quem votar para Senador. Esta é a única chance que temos de afastar o Crivella do Senado. Afinal são os líderes dos evangélicos no Senado Federal os Senadores Crivella e Magno Malta. Temos que pelo menos TENTAR fazer alguma coisa.

O que, não sei.

No momento, pelo menos no Rio de Janeiro, diante do percentual tão alto de votos dos indecisos, torço para que Cesar Maia (2º lugar) e Lindberg Farias (3º lugar) cresçam, pois sabemos que suas posições são favoráveis aos LGBTs.

Se os votos lgbt não eleger ninguém, que pelo menos nós sejamos úteis para maldizer estes que nos perseguem. Seja contribuindo com os demais candidatos amigáveis como fazendo campanha falando mal (independente da causa lgbt) do inimigo junto a internet, em páginas de relacionamentos, tais como facebook, orkut, msn e etc.

Não é isso que Crivella e Magno Malta fazem? Falam mal de nossos direitos no Senado com os senadores não evangélicos? Então chegou a hora de falarmos mal deles do nosso lado, com os eleitores!

Eles não possuem qualquer respeito ao voto lgbt, portanto, a recíproca deve ser verdadeira. Nossos votos não devem ser restritos a causa lgbt, pois o eleito trabalha, teoricamente, por todos. Temos que nos manifestarmos sobre eles independente de nos referirmos as suas posições na nossa causa. Buscar fatos que maculam a imagem desses homofóbicos miseráveis.

Se cada um jogar na rede algo podre que eles tenham feito a notícia pode se espalhar. Cada voto tirado já é uma vitória.

Espero que cada lgbt faça isto em seu estado. A pesquisa da intenção de votos está favorável para algum candidato homofóbico em sua cidade ou estado, busque dados na internet e faça sua caveira. Não se preocupe em relatar apenas a homofobia, pois a luz do evidente, nem todos eleitores são lgbts. Respondeu algum processo? Se manifestou de forma contrária sobre algum interesse coletivo? Mandou os filhos estudarem fora e votou contra algo para a educação nacional? Fez show para aparecer? Busque tudo, qualquer coisa e denuncie. Exerça sua cidadania.

domingo, 25 de julho de 2010

"A briga pelo voto evangélico"

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Dilma Rousseff em encontro neste sábado em Brasília.
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Hoje irei postar - nada menos - que o inteiro teor de uma postagem de um blog evangélico: “Blog Casa de Levi”.

Infelizmente, nele vemos relatado uma triste e indecente realidade. A briga dos candidatos não é pelo voto LGBT, mas sim pelo voto evangélico.

Nesta briga, para os candidatos conquistarem o que desejam, os votos evangélicos, fazem um velho sinal conhecido por todos que se traduz, educadamente, num “danem-se” os lgbts.
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Até o Presidente Lula é mencionado, no caso, intervindo pela Dilma para conquistar a Igreja Católica. "Nomeou seu chefe de gabinete, Gilberto Carvalho, um ex-seminarista, para aproximar a petista da Igreja Católica."

Segue a matéria do referido blog, que nos dá a dimensão da realidade que vivemos neste período pré-eleitoral:
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"A briga pelo voto evangélico
Por Mariana Dias e Adriana Caitano

Os candidatos à Presidência estão de olho no voto dos evangélicos. Não por acaso. Juntos, os evangélicos representam cerca de 25% do eleitorado brasileiro, que é de 135 milhões de pessoas. Ou seja, uma massa de 33 milhões de eleitores.

Na corrida por essa encorpada fatia do eleitorado, Dilma Rousseff (PT) e José Serra (PSDB) estão na frente. Eles brigam ferozmente pelo apoio das gigantes Assembleia de Deus e Igreja Universal. Ironicamente, a candidata do PV, Marina Silva, única evangélica da disputa, é quem tem mais dificuldades para costurar apoios com uma das frentes religiosas.

O maior imbróglio está na Assembleia de Deus. A igreja é dividida em duas partes – a Convenção Nacional das Assembleias de Deus no Brasil (Ministério de Madureira) e a Convenção Geral das Assembleias de Deus no Brasil (CGADB). No total, a instituição conta com 16 milhões de seguidores, sendo que a corrente majoritária, a CGABD, liderada pelo pastor José Wellington Bezerra da Costa, conta com 10 milhões. Neste campo, é o tucano José Serra quem tem vantagem, já que é amigo do pastor e contou com seu apoio no segundo turno das eleições de 2002.

De acordo com o presidente do Conselho de Comunicação da CGADB, pastor Mesquita, a Assembleia de Deus “não apoia nenhum candidato oficialmente”. Ele afirma que a ala majoritária “demonstra apoio a José Serra e proximidade com ele”. “Há uma resistência da CGADB a Dilma Rousseff, que é muito progressista e liberal em assuntos como aborto e casamento gay. Não negamos direitos a niguém. Eles [os homossexuais] têm direito de fazer o que quiserem, mas não absorvemos essas ideias e somos totalmente contrários a elas”.

A outra ala da Assembleia de Deus, conhecida como Ministério Madureira, conta com 6 milhões de seguidores e está com Dilma. Neste sábado, o deputado federal Pastor Manoel Ferreira (PR-RJ), líder da convenção nacional, organizou um evento em Brasília com fieis de diversas igrejas evangélicas para apoiar a petista, como Assembleia de Deus, Sara Nossa Terra e Igreja Universal do Reino de Deus. Segundo o deputado-pastor, o apoio à ex-ministra foi negociado e eles teriam recebido a promessa de Dilma de que um eventual governo petista deixaria questões polêmicas como a legalização do aborto e a união civil entre homossexuais para serem discutidas apenas pelo Congresso.

A escolha de Marina – Enquanto isso, a candidata do PV à Presidência, Marina Silva, não encontra apoio oficial nem mesmo na igreja à qual pertence. A verde é da Assembleia de Deus desde 1997 e, segundo a CGADB, “a igreja deveria ter amadurecimento para anunciar um apoio oficial a Marina”. Segundo representantes da convenção, a igreja poderia exigir dela um governo norteado pelos “ensinamentos cristãos”. Mas não foi isso que aconteceu.

A assessoria de Marina Silva, por sua vez, afirma que a candidata defende um estado laico e não discrimina a fé. “Marina reconhece que os evangélicos são um público a quem ela deve atenção por fazer parte dele, mas não faz um direcionamento específico para nenhum grupo religioso”.

Universal e a confusão de Dilma – A ex-ministra ganhou – mais uma vez – uma herança do governo Lula: o apoio da Igreja Universal. Com 13 milhões de fieis, a instituição apoiou Lula em 2002 e 2006. Um dos elos de Dilma com a igreja é o senador Marcelo Crivella (PRB-RJ) que, de acordo com sua assessoria, tem uma amizade “antiga e pública” com o presidente Lula. Além disso, quando defende a ideia de que o aborto deve ser tratado como questão de saúde pública, e não rejeitado por princípio, a candidata petista não se choca frontalmente com os preceitos do líder da Universal, o pastor Edir Macedo, que se diz favorável à prática em diversas situações.

Essa não é, obviamente, a posição da Igreja Católica. Nesta semana, o bispo de Guarulhos (SP), dom Luiz Gonzaga Bergonzini, defendeu o boicote à candidatura de Dilma por considerar que o PT é a favor da interrupção da gravidez. Para tentar resolver esse impasse, Lula interveio: nomeou seu chefe de gabinete, Gilberto Carvalho, um ex-seminarista, para aproximar a petista da Igreja Católica."
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Fonte:
Foto: Roberto Stuckert

sexta-feira, 23 de julho de 2010

Demonstração Pública de Afeto Gay


Assim como já havia se exposto na festa de lançamento da revista G Magazine no qual foi capa (foto acima), o ex-BBB Serginho que participou no Big Brother Brasil 10, na madrugada desta sexta-feira, 23, deixou o clima esquentar e trocou beijos apaixonados e carícias com o namorado, Gabriel Daibert. Serginho transmitiu o namoro para seus seguidores do Twitter por meio de uma webcam. “Adoro! Treze mil pessoas nos assistindo”, disse ele através de seu microblog.

As fotos extraídas desta demonstração foram parar nos sites de fofocas de celebridades (veja abaixo). Nada diferente de outros casais de namorados heterossexuais mais liberais. Apenas demonstração de afeto.


Serginho acertou algumas e errou em outras na sua participação no BBB10.

Nem preciso lembrar que foi ridículo seu pseudo interesse numa outra candidata. Não convencia ninguém, além de ser um desserviço para o público que ainda resiste e mantém preconceito aos homossexuais. Ficou aquela imagem que um gay “tem conserto”.

Mas também protagonizou uma discussão com Dicésar e Angélica sobre a questão da demonstração de afeto em público entre um casal homossexual.

Dicésar sustentou ser inadmissível beijar um outro gay publicamente, sob justificativa de entender incorreto:"Tem avó, tem família, eles vão ver você e vão falar 'que falta de vergonha na cara'. Não é assim que você quebra preconceito".
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"É tudo igual para mim", discordou Sérgio. Ele acabou se levantando e deixando o maquiador sozinho. Antes, Dicesar soltou a frase: "Vai, vai arrumar um namorado e queimar teu filme no shopping".

Angélica chegou na varanda e Dicesar quer saber a opinião da jornalista, homossexual assumida. "Andar de mão dada, sim, beijando não, é desnecessário. Hetero quando fica de agarração também é feio ", comentou a moça. "Não ficaria porque pode passar a minha mãe, podem passar as minhas sobrinhas", reforçou Dicesar.

Agora, Serginho mostrou serviço à causa, demonstrando coerência da sua fala e prática, pois fez questão de deixar público para os seus seguidores do Twitter e sites de fofoca a demonstração pública de afeto dele com seu namorado, Gabriel Daibert. Está de parabéns!
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São os jovens ensinando aos mais velhos. Te liga Dicésar!

Dilma Rousseff se diz favorável a união civil, mas se compromete com evangélicos a não mexer um dedo para que isto ocorra se for eleita presidente



Na própria página em campanha da Dilma Rousseff - Os Amigos da Presidente Dilma - traz o anúncio do compromisso da candidata com os evangélicos, que receberá no sábado, 24, em Brasília, o apoio formal dos representantes das principais igrejas evangélicas do país.

Consta no blog 'Os Amigos da Presidente Dilma':
"Dilma recebe apoio de 15 igrejas evangélicas
22 de julho de 2010

A candidata Dilma Rousseff, receberá no sábado, 24, em Brasília, o apoio formal dos representantes das principais igrejas evangélicas do país. O deputado Pastor Manoel Ferreira (PR-RJ) reunirá representantes de 15 denominações - apenas a Assembleia de Deus, Ministério Madureira, presidido por Ferreira, conta com seis milhões de seguidores, segundo ele. Será a primeira reunião do grupo com Dilma após o início da campanha presidencial. Durante a pré-campanha, Dilma já havia participado de um culto da Assembleia de Deus em São Paulo.

De acordo com a Pastora Eloá, que participa do mesmo Ministério de Pastor Ferreira, a decisão de apoiar Dilma foi tomada porque ela representa a continuidade do governo Lula. "O presidente Lula foi bastante comprometido com o nosso segmento. Acreditamos que Dilma também terá o mesmo tipo de relação conosco", completou Eloá.

Segundo ela, uma das principais ações do governo aconteceu durante as votações do Código Civil, quando alguns setores parlamentares tentaram transformar o Estatuto de funcionamento das Igrejas em Associações, o que, segundo elas, modificaria a atuação dos evangélicos. "Isso tiraria a nossa liberdade de culto. Não somos uma associação, somos baseados em princípios teocráticos", completou a Pastora.

Segundo Eloá, o evento de sábado não será um culto, e sim, um ato político de apoio à petista. Ela lembrou que, ainda durante a pré-campanha, Dilma reuniu-se com o pastor Manoel Ferreira e assumiu alguns compromissos com o setor. "Ela nos assegurou que, durante o seu governo, não partiria do Executivo iniciativas propondo a união civil dos homossexuais e a legalização do aborto no país", afirmou.

A pastora disse que os pedidos não significam qualquer tipo de preconceito com os homossexuais, lembrando que cada um tem o direito de escolher sua opção sexual. "Mas nós também temos o direito de lutar contra algo que não concordamos, como a possibilidade de sermos obrigados a realizar casamentos homossexuais em nossas igrejas"", completou.

Pelos cálculos da pastora, os evangélicos representariam entre 33% a 35% da população brasileira, embora os censos recentes restrinjam esse percentual a 26%. Eloá acredita que as eleições de outubro trarão um aumento na bancada evangélica do Congresso. Apenas a Assembleia de Deus Ministério Madureira, da qual Eloá e Manoel Ferreira fazem parte, conta com 12 deputados federais.

Na sexta à noite, Dilma estará no Festival de Inverno de Garanhuns, em Pernambuco. O Pesidente Lula estará no mesmo evento. Diferentemente da última sexta, quando participou de comício na Cinelândia ao lado da candidata petista, Lula estará em Garanhuns em um evento oficial como presidente da República. Segundo o PT, isso não representa crime eleitoral. Dilma pode participar de eventos ao lado do presidente, desde que o ato não seja transformado em um comício, com pedidos formais de votos ou uso da máquina pública para beneficiar candidaturas eleitorais."
Vocês entenderam o que isto significa?

Existe alguma contradição nesta informação com o fato da Dilma se dizer a favor do aborto e da união civil de homossexuais, desde que não seja casamento?

Não!

Dilma rifou os direitos dos homossexuais para quem lhe desse mais votos, no caso, os evangélicos.

O fato da candidata Dilma Rousseff se dizer “favorável” não significa que está se comprometendo, como campanha de governo, ‘a lutar’ pelos direitos da mulher ao aborto ou ‘batalhar’ para que se concretize a união estável homossexual.

Se afirmar favorável não é compromisso de agir, na qualidade de presidente, para esta finalidade. Portanto, não há qualquer contradição e os evangélicos sabem disto. Afinal, se algum compromisso existiu, este foi o único e com eles, evangélicos.
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Na realidade, pelo que se confirma na própria página dos amigos da “presidente” Dilma, ela se comprometeu com os evangélicos a NÃO FAZER NADA, enquanto presidente da república, para que a união civil homossexual ou aborto sejam reconhecidos como direitos. Do Poder Executivo não se mexerá uma palha sequer!
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Tudo que poderia se esperar neste sentido do Poder Executivo que, a priori, deveria lutar pelos direitos e garantias constitucionais para os cidadãos brasileiros, NÃO SERÁ FEITO.
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Se Presidente, Dilma não mobilizará sua bancada em favor dos gays, nem dará qualquer apoio para as entidades que lutam pelo reconhecimento da união estável homossexual. Não moverá um dedo sequer, segundo o compromisso firmado com evangélicos.

Pensou numa Presidente da República como Cristina Kirchner da Argentina?

Pensou errado.

Se Dilma for eleita será como Pilatos, lavará as mãos e deixará a discriminação correr solta, como os evangélicos desejam. Iniciativa para que isto não ocorra, não virá dela!

Aos desavisados esclareço: não faço campanha contra ninguém. Minha esperança é que todos os candidatos mudem suas posturas e apoiem a luta pelo direito de tratamento igualitário dos lgbts no Brasil, por justiça e respeito a Constituição Federal. Não precisam sequer gostar das lésbicas, gays, bissexuais e transgêneros.

fonte:
foto:

quinta-feira, 22 de julho de 2010

Jornalistas compactuam com a candidata Dilma Rousseff que não se manifesta sobre o casamento civil homossexual


A candidata do PT à Presidência da república, Dilma Rousseff, chegou no fim da tarde desta quarta-feira (21) aos estúdios da TV Brasil, em Brasília, para gravar o Programa 3 a 1. Dilma foi entrevistada pelos jornalistas Tereza Cruvinel, diretora-presidente da EBC, Valdo Cruz, repórter especial do jornal Folha de S.Paulo, e Luiz Carlos Azedo, colunista do jornal Correio Braziliense.

A entrevista da candidata do PT foi ao ar nesta quarta-feira (21) a partir das 22h. O programa teve uma hora de duração. A TV Brasil promove a partir de hoje até a sexta-feira (23) entrevistas com os três principais candidatos à Presidência da República. Os candidatos Dilma Rousseff, do PT, José Serra, do PSDB, e Marina Silva, do Partido Verde (PV), serão entrevistados em dias alternados.

Um sorteio definiu a ordem de realização das entrevistas. A candidata do PT foi a primeira e única a ser entrevistada em Brasília. Dilma deu entrevista gravada. Também ontem Serra gravou a entrevista para o Programa 3 a 1. A entrevista ocorreu nos estúdios da TV Brasil no Rio de Janeiro.

A entrevista de Serra irá ao ar hoje (22) às 22h. Na sexta-feira (23), Marina Silva dará entrevista, ao vivo, às 22h, nos estúdio da TV Brasil em São Paulo.

Gostaria de entender a razão de alguns darem entrevistas gravadas e outra ao vivo.

A candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, respondeu a temas polêmicos nesta quarta-feira (21) durante entrevista que concedeu à estatal TV Brasil. A ex-ministra da Casa Civil do presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi questionada sobre a união civil entre homossexuais, o aborto e a descriminalização da maconha.

Sobre a união civil entre pessoas do mesmo sexo, a candidata disse que é a favor, mas afirmou que “ninguém possa ter interferência” em outras esferas, como a religiosa.

- Sou a favor da união civil [entre homossexuais]. Não acredito que alguém possa ter interferência e definir relações fora da união civil [como o casamento religioso]. Sou totalmente a favor dos direitos civis. O Judiciário vem reconhecendo isso sistematicamente em decisões recentes.

ABSURDO! ABSURDO! ABSURDO!

É tamanha a cara de pau destes candidatos a Presidência da República. Dilma, ao mencionar sobre LGBTS, afirmar que ninguém deve se meter com o casamento RELIGIOSO é fazer piada com a cara dos lgbts que as escutam. Alguém já ouviu alguma organização que lute por direitos lgbts pedindo para casar NA IGREJA? É óbvio que não! Todos querem as igrejas o mais longe possível de seus direitos civis.

Essa manobra da Dilma Rousseff para evitar dificuldades em responder uma questão tão simples quanto o casamento CIVIL entre homossexuais (portanto, nada a ver com o religioso) é grotesco e desrespeitoso.
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O que me deixa indignado é ver que jornalistas COMPACTUAM com esse subterfúgio ridículo da candidata Dilma Rousseff, já que hoje salta aos olhos a recente notícia que aprovou o casamento civil na Argentina e a posição adotada pela Presidente de lá, por conseguinte, quando escutaram este tipo desculpa esfarrapada da candidata, teriam obrigação de ir ao ponto e perguntar:


E O CASAMENTO CIVIL, CANDIDATA?

E outra pergunta não pode faltar:
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O que acha a candidata sobre o apoio da Presidente da Argentina, enfrentando o discurso das instituições religiosas, para que fosse aprovado o casamento civil homossexual?

A candidata não fala e ninguém pergunta. O que nos conduz a única conclusão possível, parece que há um pacto entre tais jornalistas e candidatos. Não sei quem é pior nesta história.

fontes:
http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia182/2010/07/21/politica,i=203704/DILMA+CHEGA+AOS+ESTUDIOS+DA+TV+BRASIL+PARA+GRAVAR+ENTREVISTA+PARA+O+PROGRAMA+3+A+1.shtml

quarta-feira, 21 de julho de 2010

Personagem gay da novela "Ti Ti Ti" morre


Já estava vibrando com o novo casal gay que surgiu na novela Ti Ti Ti.

Sem caricaturas, e mesmo sem beijo explícito, a demonstração de afeto entre os personagens Osmar (Gustavo Leão) e Julinho (André Arteche) era pública a toda cena.

Ensaiaram um beijo na hora que o pai do personagem Omar, feito pelo ator Gustavo Leão, chega à casa do casal, mas como disse, não faltaram cenas de carinho e demonstração de afeto.

Mas aqui, até em novela, tudo que é bom dura pouco.

Hoje o personagem Omar morre num acidente de carro, deixando apenas na novela o personagem Julinho, também atuado com muita dignidade pelo ator André Arteche.

Se trata apenas de uma novela, mas novela no Brasil entra na casa de todo mundo e é um dos poucos instrumentos capaz de contribuir para que os cidadãos heterossexuais, ainda preconceituosos, se permitam testemunhar uma relação diversa acolhendo o convite a um questionamento e reflexão sobre a discriminação.

Neste caso, na novela tem a bichinha que no caso é cabeleireiro, dono de salão, com toda caricatura conhecida e também o casal gay formado pelos atores mencionados. O fato deste casal gay ser formado por dois atores com estereótipos de galãs, sem afetações, facilita muito a aceitação da dita relação, e por conseguinte, a empatia do público que o assistia.

Evidente que não posso aqui contribuir com a discriminação contra o dito homossexual afetadíssimo que faz o papel de dono do salão, deixando supostamente sugerido possuir menos valor que os personagens que fazem o bonito casal gay. Não seria honesto e nem justo. Mas para que seja palatável e digerido pelo público ainda preconceituoso que assiste a novela, o casal gay com empatia facilitaria bastante, viabilizando o começo do entendimento do afeto de uma pessoa com orientação sexual diversa da heterossexual.

O homossexual masculino efeminado não tem menos valor que o homossexual com perfil masculinizado, da mesma forma que a mulher com aparência masculina não é melhor que a feminina, apenas pelos seus traços. Afirmar o contrário é contribuir com a discriminação machista, que repete na homossexualidade o seu padrão.

Mas no caso, o perfil dos personagens gays que formavam o casal era perfeito, para uma sociedade ainda com tantas dificuldades de aceitar a idéia de uma família homossexual com demonstração de afeto público.

CENSO 2010 : ABGLT lança campanha - "IBGE ... SE VOCÊ FOR LGBT, DIGA QUE É !"


O Presidente da ABGLT, Toni Reis, encaminhou para o Movimento LGBT, correspondência anunciando a campanha de conscientização dos lgbts, isto para que, quando for realizado o Censo no ano de 2010 e questionado ao morador acerca da existência de casais naquela residência, o casal homossexual se apresente como tal, viabilizando desta forma a contagem nacional de casais homossexuais no Brasil.
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Informa o e-mail:
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"No Censo Demográfico 2010 o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) vai contar também casais homossexuais.

Neste sentido, a ABGLT – Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais – estará recomendando a todas as 237 afiliadas que incentive através das Paradas LGBT, das redes sociais da Internet, e em todos os eventos, a divulgação da seguinte frase "IBGE ... SE VOCÊ FOR LGBT, DIGA QUE É !"

Pela primeira vez em todo o Brasil, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) vai contabilizar casais homossexuais no Censo Demográfico 2010. A proposta do instituto é trazer informações atualizadas de acordo com as mudanças da sociedade brasileira nos últimos anos.

“No passado nós só perguntávamos se eram cônjuges. Hoje nós abrimos para cônjuge do mesmo sexo e cônjuge de sexo diferente”, explica o presidente do IBGE, Eduardo Pereira Nunes.

Só vão ser contabilizados os casais homossexuais que declararem, no questionário de perguntas, que moram no mesmo domicílio em união estável. O IBGE já utilizou questionários com questões sobre a união estável homossexual em alguns municípios, mas esta será a primeira vez que a pesquisa envolve todas as cidades brasileiras.

Mas para o coordenador técnico do censo do IBGE, Marco Antônio Alexandre, a mudança não foi feita com o objetivo de revelar o percentual homossexual da população brasileira, até porque nem todos vivem em união estável.

O Instituto vai visitar 58 milhões de domicílios em 5.565 municípios. “Quando os(as) recenseadores(as) baterem em sua porta e você for “casado(a)” com uma pessoa do mesmo sexo, diga que é. É importante que nós ativistas e governo tenhamos dados concretos para construirmos políticas públicas”, disse Toni Reis, presidente da ABGLT.

A Contagem da População pelo IBGE em 2007, realizada em cidades pequenas, identificou, pela primeira vez, 17.560 pessoas que declararam ter companheiros do mesmo sexo. Desse total, 9.586 homens se declararam cônjuges de companheiros do mesmo sexo, o mesmo ocorrendo em relação a 7.974 mulheres.

Informações adicionais:

Toni Reis – Presidente da ABGLT –
41 9602 8906
presidencia@abglt.org.br

Carlos Magno – Secretário de Comunicação da ABGLT –
31 8817 1170
karlmagno@gmail.com"

Blog do Noblat acusa canditados a presidência da república de serem portadores DO NADA ou do QUASE NADA

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Muito interessante a leitura ontem do Blog do Noblat acerca dos candidatos a presidência da república e as questões do casamento e adoção por homossexuais.

Ricardo Noblat, jornalista reconhecidamente astuto e com grande senso crítico, nos oferece uma visão com sua intelligentsia e nos incita a refletir sobre aquilo que representaria o real papel de um candidato a presidência da república.

Não se trata de um militante de direitos humanos lgbts. É um jornalista heterossexual com grande senso crítico e que tenta exercer sua cidadania formando opiniões com esclarecimentos advindo de sua expertise. Um homem que conhece a política e os políticos e luta por um Brasil melhor.

Não digo isto porque ele defendeu uma causa que me é particularmente importante. Já seguia o seu blog porque o admiro como jornalista e pensador que luta por um Brasil melhor. Quem o acompanha sabe disto.

Mas impossível não transcrever aqui seus comentários sobre o "casamento entre homossexuais":
"Falta nesta eleição alguém viável e que reúna coragem para dizer simplesmente o seguinte: “Vou fazer como a presidente da Argentina, vou trabalhar para aprovar no Congresso Nacional a liberação plena do casamento entre pessoas do mesmo sexo”.

É casamento mesmo, e não subformas de contornar a encrenca. O debate entre os argentinos foi esclarecedor. Trata-se apenas de garantir um direito fundamental: o da igualdade. Se heterossexuais podem casar-se, por que não estender a prerrogativa aos homossexuais?
Assuntos como a religião e a orientação sexual são da esfera privada. E o Estado? Cabe a ele oferecer as condições para o pleno exercício do direito de escolha. Só. Se determinada igreja condena certas preferências sexuais, que selecione os fiéis como bem entender. Mas é assunto dela, não nosso (se a ela não pertencemos).

Complicado é a Igreja Católica tratar com suavidade os casos de pedofilia homossexual em suas fileiras e, ao mesmo tempo, pressionar os poderes constituídos para manter como cidadãos de segunda categoria os homossexuais que desejam levar uma vida transparente, digna e cidadã.

Idem para as demais igrejas, incluídas as evangélicas. Se estão insatisfeitas com a influência do catolicismo na esfera pública, não é razoável que também queiram ditar normas para quem não segue sua cartilha.

É hora de enfrentar o preconceito, nas diversas variações. Uma delas: a resistência a permitir que casais homossexuais adotem crianças.

Vamos acabar com isso. Dezenas de milhares de pequenos órfãos ou relegados esperam uma oportunidade de futuro. Orientação sexual não define a qualidade do pai, ou da mãe, para criar o filho, ou a filha.

Em resumo, trata-se apenas de lançar o tema da escolha sexual no rol dos assuntos com que o Estado nada tem a ver.

Eis um ponto. Mas infelizmente é baixa a probabilidade de ele e outros relevantes serem debatidos com franqueza e objetividade. O script dos candidatos viáveis é sabido. Eles percorrem o país não para saber o que devem fazer, mas principalmente para recolher os vetos provenientes dos diversos grupos de pressão.

Assim, pouco a pouco, os candidatos vão se transformando em portadores do nada. Ou do quase nada. A consequência natural é serem incapazes de mobilizar a sociedade. Daí que estejamos diante da campanha eleitoral talvez mais passiva desde a redemocratização.

Do jeito que vai, ela só galvanizará mesmo os portadores e beneficiários de espaços estatais (ou paraestatais) e os candidatos a um. Cada qual no seu papel. Já a sociedade acompanhará à distância, reservando-se o direito de decidir na hora da urna.

Nos países desenvolvidos costuma ser assim, quando a eleição não coincide com nenhuma grande crise. O problema é que nós não somos ainda um país desenvolvido. Temos impasses gigantescos a superar. Impasses cuja solução exige imensa energia social.

O “casamento gay” é um exemplo. Deve haver outros. Mas em fase de bonança econômica nem o governismo quer marola nem a oposição tem coragem de ousar.

Uma pena.
Sem emoção "
Me chamou especial atenção quando Noblat afirma que os candidatos "percorrem o país não para saber o que devem fazer, mas principalmente para recolher os vetos provenientes dos diversos grupos de pressão...os candidatos vão se transformando em portadores do nada. Ou do quase nada."

Significa dizer que, o preço da conquista da eleição se faz por estes candidatos mediocres na mesmice, no saber daquilo que é polêmico e sobre o qual não se deve se posicionar. As promessas e os discursos são medidos, não por aquilo que acreditam, mas naquilo que não afete os números de votos. Nem mesmo a ideologia partidária fica isenta, ainda que seu Partido tenha se comprometido com uma posição já predeterminada.

Tudo é maleável. Todas as ideologias se adequam as circunstâncias. Os amigos e inimigos ideológios se tornam "coligações" e as ideias sustentadas pretensamente por um grupo social, as quais refletem, racionalizam e defendem os próprios interesses e compromissos institucionais, sejam estes morais, políticos ou econômicoso que se dane!

É o empobrecimento da política com o intuito de agradar ao público modesto e tornar sua mensagem mais plana, sem expressão ou acréscimos. Trata-se da proposta da continuidade, com algum verniz imprescindível. É como disse o Noblat, é a proposta do nada ou quase nada.

Fonte:

terça-feira, 20 de julho de 2010

Irlanda , em meio a uma mudança cultural rápida, aprovou a união civil para casais do mesmo sexo

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Apesar da imagem socialmente conservadora da Irlanda, a oposição ao projeto de lei foi praticamente inexistente e, no dia 19/07/10 os lgbts de lá passaram a ter direito a união civil de gays, com amplo apoio de partidos da oposição, bem como a coalizão de governo do Fianna Fáil e do Partido Verde.

Com a aprovação da lei, a Irlanda aderiu a um clube de nove membros da UE, que reconhece oficialmente as uniões civis.

Apesar do fato da lei representar uma grande mudança nas atitudes da Irlanda em atenção a orientação sexual, lá muitos se queixaram de que ela ainda permite a discriminação.

"A lei é claramente um trampolim, mas não vai suficientemente longe ", diz o comentador político e eleitoral consultor Robert Cassidy. " Não conseguiu abordar os direitos da criança dentro de uma parceria civil , conforme descrito com a lei, o que é uma falha grave ".

MarrigEquality , um grupo que defende o reconhecimento pleno dos casamentos do mesmo sexo, acusa o projeto de lei, de fato, de institucionalizar a discriminação. "Parceria Civil sem a opção de se casar envia uma mensagem clara para o público que o governo não se considera relacionamentos gays e lésbicas igual ", diz o diretor da organização Moninne Griffith.

A Igreja Católica na Irlanda foi duramente atingida pelas revelações intermináveis de abusos sexuais de crianças cometidos por padres.

A transformação da Irlanda tem sido relativamente rápida. Os preservativos foram legalizados em 1985 e o divórcio em 1997. A homossexualidade deixou de ser crime em 1993, após o país foi levado ao Tribunal Europeu dos Direitos do Homem pelo acadêmico David Norris, um homem abertamente gay que é agora um senador da Câmara Alta do Parlamento da Irlanda.
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O aborto continua proibido na Irlanda, por força dos grupos religiosos católicos e protestantes, que, para variar, estão unidos na questão.

O ministro da Justiça fixará o dia em que a lei terá efeito inicial. A data de início do ato depende de nova legislação nos domínios da fiscalidade e segurança social, a ser promulgada em separado. Esta legislação deverá ser introduzida em dezembro de 2010 , como parte de orçamento e promulgada em 2011.

A legislação também prevê direitos para os participantes a longo prazo relações de coabitação, que não tenham entrado em uma parceria civil ou casamento. Não há diferença, na lei, nos direitos e obrigações concedidos aos casais coabitando de sexo oposto ou casais do mesmo sexo coabitando. A mudança garante aos LGBT irlandeses direitos como pensões, inclusão em plano de saúde, imigração, reconhecimento como casal em caso de violência doméstica e declaração conjunta de impostos.

A lei foi aprovada na fase final pelo Dáil sem votação, em 1 de Julho de 2010. A lei foi aprovada na fase final do Senado por uma votação de 48-4, em 08 de julho de 2010 e foi assinado pela Presidente da Irlanda, Mary McAleese, em 19 de julho de 2010. O ministro da Justiça e da Reforma Legislativa Dermot Ahern, disse: "Esta é uma das mais importantes peças de legislação de direitos civis a serem promulgadas desde a independência. seu avanço legislativo viu um grau sem precedentes de unidade e apoio em ambas as Casas do Oireachtas.”

Perícia encontra sangue em carro de suspeito de matar Alexandre Ivo Rajão


Como aqui já comentamos sobre o brutal assassinato de Alexandre Thomé Ivo Rajão, inclusive sobre a denúncia das vítimas que foram ameaçadas, acho importante trazer a recente matéria publicada no G1 RJ do dia 19/07/10, onde é relatado sobre da busca realizada no carro de um dos skinheads suspeito da autoria do crime, assim como as providências tomadas pela polícia em relação as ameaças sofridas pelas testemunhas.

Neste caso, primeiro me restrinjo a transcrever o texto do G1 e ao final, faço um paralelo da confissão do jornalista Jefferson Lessa, do Jornal O Globo, acerca do medo de procurar a polícia para denunciar a homofobia sofrida, conforme se pode verificar o histórico no último post deste blog:

"A perícia realizada no carro de um dos suspeitos de participar da morte do adolescente Alexandre Ivo Rajão, de 14 anos, encontrou vestígios de sangue e fios de cabelo no veículo. O laudo foi divulgado nesta segunda-feira (19) pelo delegado Geraldo Assed, da 72ª DP (São Gonçalo), responsável pelo caso.

Alexandre foi encontrado morto em um terreno baldio, no dia 21 de junho, em São Gonçalo, na Região Metropolitana do Rio. Na véspera, ele e alguns amigos teriam brigado com um grupo rival, que seria formado por ex-integrantes de comunidades skinheads. Os amigos de Alexandre registraram queixa por agressão na delegacia. Mas, o jovem, decidiu ir para a casa e foi visto pela última vez na madrugada do dia 20 de junho, em um ponto de ônibus do bairro Mutuá, em São Gonçalo.

Confronto de material genético
O delegado Geraldo Assed explicou, nesta segunda-feira (19), que os vestígios de sangue e fios de cabelo foram encontrados após um teste com luminol. Uma lanterna escondida no interior do veículo também estava suja de sangue. O próximo passo da investigação, segundo a polícia, é confrontar o material colhido com o DNA da vítima.

Três rapazes foram indiciados pelo crime. Eles foram presos, mas negaram participação no crime.

Homenagem ao adolescente na Parada Gay
Amigos do adolescente Alexandre Ivo prestaram uma homenagem ao garoto no dia 27 de junho durante a Parada Gay realizada em São Gonçalo. Na ocasião, alguns colegas do estudante disseram que receberam ameaças de morte por parte de skinheads que perseguem homossexuais na cidade.
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Tem um grupo de skinhead ameaçando a gente de morte por a gente ter denunciado um deles pra polícia por ter matado nosso amigo Alê”, contou um amigo de Alexandre, que não quis se identificar.

O vice-presidente de um grupo gay de São Gonçalo, Aloísio Reis, disse que integrantes do grupo já sofreram violência, mas ficaram com medo de procurar a polícia.

O delegado Geraldo Assed acrescentou que vai conversar com representantes do Ministério Público sobre a possibilidade de oferecer proteção a quem estiver se sentindo ameaçado."
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O medo de contribuir com a polícia
Ontem falamos do jornalista do Jornal O Globo, Jefferson Lessa, um homem de meia idade que sofre perseguição homofobica no bairro que mora. Já sofreu ofensas e humilhações. Apesar de denunciar os fatos no jornal, não se sentiu seguro e nem teve coragem de procurar a polícia. Ontem discordei desta atitude, pois a omissão do jornalista Jefferson pode encorajar que outros homofóbicos agridam até a morte outro adolescente, mas tenho que reconhecer que É MUITO POUCO um delegado de polícia dizer para quem está sendo ameaçado (porque a auxiliou prestando seu testemunho) que verificará a POSSIBILIDADE de oferecer proteção a quem estiver se sentindo ameaçado.
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Não cabe a alegada consulta da "possibilidade". Tem que proteger. É um direito garantido por lei.

segunda-feira, 19 de julho de 2010

Jornalista gay 'pede socorro' no Jornal 'O Globo', apesar de sua grave omissão


Ontem, no Jornal O Globo, o jornalista Jefferson Lessa fez uma matéria intitulada “O Medo de Ser”.

O título foi perfeito e diz além daquilo que o mesmo publicou.

O seu texto é muito bom. Bem escrito e com conteúdo. De “raso” ele não tem nada, apesar de assim ele se atribuir.

Na matéria, Jefferson Lessa, no exercício de sua atividade jornalística, publica uma notícia gravíssima que, infelizmente, o envolve.

Ele é vítima do bullying homofóbico no pior local que se possa imaginar: no caminho obrigatório para sua casa, seus vizinhos. Segundo Jefferson “a calçada ficou mais longa que uma maratona. Chegar à varanda torna-se uma decisão pesada, difícil de tomar”. Já foi mais de uma vez agredido física e moralmente.

Parece-me que o aludido jornalista mora na Urca, bucólico bairro da zona sul do Rio de Janeiro.

Jefferson brinca com sua própria desgraça, misturando humor com crítica. Questionado pelos amigos a razão pela qual ele denuncia ou procura a polícia, o mesmo responde: “- Simplesmente porque não vivo dentro de um episódio de “Law & order: Special Victims Unit”, a genial série americana que ficcionaliza o cotidiano da unidade de elite da polícia novaiorquina especializada na investigação de crimes de natureza sexual. Se eu tivesse a certeza de que meu “caso” seria tratado pelos detetives Stabler e Benson, correria para a delegacia mais próxima. Na maior confiança. Como todos sabemos, não é bem o caso por aqui.”

Diferente da maioria, Jefferson Lessa além de ter acesso à informação também possui um papel que o distingue dos demais, pois como jornalista é um formador de opinião.

Aceitaria passivamente a resposta dada aos seus colegas caso se tratasse de uma pessoa desinformada, que morasse em outro estado e que não exercesse uma atividade que formasse opiniões.

Óbvio que qualquer cidadão comum em qualquer lugar deste país tem receio de procurar a polícia para fazer uma denúncia de homofobia, entretanto, como Jefferson sabe ou pelo menos deveria saber, no estado do Rio de Janeiro, no prédio da Central do Brasil, num imenso espaço cedido pela Secretaria de Segurança Pública, foi criado uma super estrutura muito bem organizada para que os cidadãos LGBTs do Rio de Janeiro possam realizar DENUNCIAS e acompanharem os resultados das mesmas. Tudo devidamente acompanhado diretamente pela Superdir- Superintendência de Direitos Individuais, Coletivos e Difusos, órgão subordinado à Secretaria de Assistência Social e Direitos Humanos. Trata-se do Disque Cidadania LGBT que através de 14 atendentes, recebe denúncias e atendimento às vítimas de violência e discriminação, durante 24 horas por dia, pelo telefone gratuito, 0800-0234-567.

Se Jefferson pode denunciar o ocorrido num jornal de acesso público o que o impede de tornar pública sua denúncia junto aos órgãos que são competentes para cuidar destes casos? Qual a lógica desta conduta?!

A diferença é que SE NÃO HÁ DENÚNCIA e testemunho da vítima para polícia ou para a justiça ESTAS NADA PODEM FAZER. Ofensas a honra como as sofridas pelo jornalista dependem da notícia criminosa ou queixa-crime, até porque se trata de uma ação penal privada.

O grave da omissão de Jefferson é que o mesmo além de sofrer por sua própria omissão também acaba sendo um mau exemplo a ser seguido por aqueles que o lêem.

Jefferson Lessa, como ele mesmo diz, tem medo de ser e passa o seu medo para os demais. O contraditório é que não há o mesmo medo para denunciar o fato num jornal de grande circulação, onde seus algozes certamente também possuem acesso.

Jefferson de um lado, coloca a voz no trombone contra os seus mal feitores e de outro, amarra as mãos e braços da polícia e das entidades não governamentais.

Minha crítica pessoal é no sentido de que, qualquer pessoa diante dessa situação absurda, se valeria de instrumento que poucos estados no Brasil possuem como é a hipótese do Disque Cidadania LGBT num órgão estatal específico para cuidar da sua aflição e, se tivesse real medo, jamais tornaria pública tal denúncia para se proteger da suposta ciência de seus algozes. Se inexiste o dito medo, nada o impediria de realizar a denúncia a polícia, além de noticiar o fato em sua coluna no jornal.

Enfim, somente me exporia quando pudesse realmente agir de forma contundente contra os criminosos, garantindo tanto a minha preservação física e moral quanto a condenação criminal dos mesmos. E, consciente do meu papel de formador de opinião, jamais me colocaria como modelo para que meus leitores reforçassem o “medo de ser”, quando deveriam ser ensinados e apoiados a exercer sua cidadania, quando exista local e o mínimo de garantia para isto. Se Jefferson houvesse agido como esperado e não obtivesse o mínimo de suas expectativas, aí sim teria todo sentido o medo que espalhou.

Esta não é a primeira vez que isto ocorre e certamente não será a última. Meninas que sofreram discriminação num bar da zona sul tornaram público o repudioso fato e, apesar de ser expressamente solicitado as mesmas que fizessem a denúncia formal, se negaram, impedindo a atuação do Estado junto aquele estabelecimento comercial. Lamentável o fato que foram vítimas, mas igualmente lamentável a conduta omissa que propicia a continuidade da agressão junto a outros lgbts.
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Fontes:
Ilustração de Claudio Duarte

domingo, 18 de julho de 2010

O patente DESPREZO pelos LGBTs por nossos candidatos a presidência da república


Ainda continuo tentando entender o que faz o Brasil ser tão diferente da Argentina em relação aos direitos LGBTs, Congresso Nacional e Governo.

Não sei se são verdadeiras ou falsas, mas estava lendo o 'site inimigo' vi algumas afirmativas dos evangélicos em relação ao Governo e Dilma Rousseff que se referem aos nossos direitos, que conduzem a necessidade da imprescindível pergunta a candidata se procedem ou não tais afirmativas:
"...
Dentro da Assembléia de Deus, a maior denominação pentecostal do Brasil, existem alas que fazem forte oposição ao governo Lula por causa do apoio imoral do PT ao aborto e ao homossexualismo. Consciente das resistências que irá enfrentar, o Pr. David Cabral já tem uma justificativa pronta para tirar da manga: ele alega que Dilma fez o compromisso de rever os projetos de aborto e homossexualismo.

Fé de Cabral aposta: Dilma reverá o PLC 122/06

Rever os projetos? Inclusive abolir o asqueroso PLC 122/06 do PT? Cabral tenta encenar uma fé que remove montanhas ao pintar uma Dilma que, miraculosamente, reverteria políticas pró-aborto e pró-homossexualismo de Lula. Semelhante milagre era esperado também em 2002, quando Lula fez o compromisso, diante de 500 pastores, bispos e apóstolos (reunidos sob a “cortesia” e traição do ex-Bispo Carlos Rodrigues), de não permitir que seu futuro governo promovesse o aborto e o homossexualismo. Hoje, a amnésia voltou a afetar os líderes evangélicos...."
Sob este foco, nossas perguntas são supostamente respondidas. O Governo Lula sempre esteve comprometido a somente caminhar até a letra "c" do alfabeto para os LGBTs e sendo assim, quem nasceu como Presidente Lula da Silva jamais chegaria a ser Cristina Kirchner. Pior, sua cria, Dilma Rousseff, promete agir igual ou pior ao mesmo, pretensamente realizando promessas para os evangélicos de detonar os direitos homossexuais, o que explicaria a razão de todos as lideranças evangélicas, que brigam entre si na política, como Senador Crivella, Bispo Manoel Ferreira e Garotinho, apoiarem a candidata Dilma Rousseff.

Tentei verificar se procedem essas informações e encontrei no site Bahia Notícias o mesmo teor de denúncia:

“Fatia cada vez maior no bolo, os eleitores evangélicos estão por cima da carne seca nessas eleições, com os candidatos se desdobrando para atender às suas vontades. Para se ter uma ideia, a candidata do PT à presidência da República, Dilma Roussef, terá uma campanha paralela, destinada a atrair os votos dos ‘irmãos’ e coordenada pelo pastor Manoel Ferreira. Antes de aceitar a coordenação, no entanto, o pastor Ferreira, presidente do Conselho Nacional de Pastores do Brasil, fez as suas exigências. E foi atendido. Dilma garantiu a ele que, se vencer, não tomará iniciativas que afetem temas caros aos evangélicos, como legalização do aborto, regulamentação da prostituição, retirada de símbolos religiosos de locais públicos e a união estável entre homossexuais, bandeiras antigas do PT e de toda a dita ‘esquerda’. Dilma aceitou a proposta do pastor para que esses temas só sejam discutidos no Congresso por iniciativa dos próprios parlamentares, nunca do Executivo. Com a 'carta-promessa' na manga, o pastor garantiu abrir caminho para a candidata transitar com desenvoltura entre os 25% de eleitores evangélicos.
(James Martins)”

São graves essas denúncias que surgem nos sites de notícias e dos próprios evangélicos, pois contradiz o compromisso político e histórico do Partido dos Trabalhadores com a diversidade sexual. Tudo leva a crer ser verdade, mais ainda assim cabe a candidata Dilma Rousseff e aos membros lgbts da sua campanha esclarecerem de forma clara e definitiva se tais acordos são verossímeis. É o mínimo que se pode esperar. Se a candidata Dilma Rousseff estiver negociando concessões pelo voto evangélico, então os eleitores brasileiros poderão ter certeza que ela poderá, se presidente, negociar qualquer coisa.

Marina Silva, por sua vez, no Piauí, afirmou na noite deste sábado, em Teresina, após seu primeiro comício de campanha, que é contra o casamento entre os homossexuais aprovada na Argentina. Sim, ela é sincera, mas sinceridade não deveria ser considerado favor, mas obrigação e isto não a torna melhor que os demais, pois absurdamente confessou ser contrária mesmo ao casamento civil e que mistura religião com Estado, desrespeitando a laicidade. Se presidente governará como ministra religiosa, mesmo para aqueles que não seguem sua orientação de fé ou são ateus.

Falta também pegar no pé do José Serra, quem igualmente deve ser encurralado com perguntas especifícas sobre o tema. Chega de tergiversação. A pergunta deve ser objetiva, ou seja, qual a sua posição sobre o casamento civil de homossexuais no Brasil e o que achou da postura da Presidente da Argentina a este respeito junto ao seu congresso nacional.

Pelos nossos candidatos a presidência da república fica CLARÍSSIMA qual é a diferença do Brasil para Argentina no que diz respeito aos direitos lgbts.

Cabe aos LGBTs uma profunda reflexão sobre o seu papel diante desta política que negocia seus direitos constitucionais e perder o medo de cair encima de todos eles, como fizeram os argentinos.

No meu entender, totalmente incrédulo do Poder Legislativo e agora também do Poder Executivo, só nos resta criar uma avalanche de demandas junto ao Poder Judiciário para ver garantidos nossos direitos fundamentais previstos na Constituição Federal.


Fontes:

sexta-feira, 16 de julho de 2010

O casamento gay na Argentina pode ser um novo fator de pressão no Brasil


A posição adotada pela Presidente da Argentina, Cristina Kirchner, que não só defendeu publicamente a aprovação do casamento homossexual, condenando a reação beligerante da Igreja, como ainda se valeu de seu poder para forçar que sua base governista no Senado aprovasse este projeto pode ser um fator de pressão para que no Brasil também se comece a cobrar do Presidente Lula e especialmente dos candidatos a Presidência uma postura semelhante.

É que através do exemplo político visto na Argentina os brasileiros poderão chegar a uma conclusão óbvia: um Presidente da República que possua uma boa base governista no Congresso Nacional consegue fazer que qualquer projeto de seu interesse passe. Lula durante todos estes anos teve esse lastro, mas diferente da Cristina Kirchner, jamais comprou a briga com as instituições religiosas por essa minoria, pelo oposto, até se aliou a alguns partidos fundamentalistas e ainda virou amigo intimo de alguns que são os grandes vilões dos direitos dos homossexuais, como o Senador Marcelo Crivella. Lula fez promessas, agrados e acenos para o Movimento LGBT, mas nunca passou das alegadas boas intenções e algumas ações no âmbito da administração pública.

A candidata que se apresenta como sucessora do Lula, Dilma Roussef, já deu sinais ainda menos amigáveis e antes mesmo de chegar a uma fase mais próxima do final do processo eleitoral já possui veiculadas nos noticiários promessas realizadas para os fundamentalistas utilizando como moeda de troca a garantia que determinados direitos LGBTs não ocorreriam em sua campanha e governo.

Não só para Dilma Roussef, como para todos os demais candidatos a Presidência da República, até então estava bem fácil enrolar o eleitorado deste segmento das minorias sociais. Bastava se valerem dos argumentos das próprias entidades religiosas, confundindo casamento civil com o religioso, como se tudo fosse uma coisa só, apesar da enfadonha conversa fiada de respeito aos direitos civis dos homossexuais brasileiros, fazendo parecer para os incautos que apenas se tratava de uma eventual confusão e despreparo.

O anúncio da aprovação do casamento civil dos homossexuais na Argentina não vai mais permitir esse teatro. Não tem mais como os leigos deixarem de perceber que existe uma diferença entre o casamento civil e o religioso.

A reportagem do ‘Jornal da Globo’ desta quinta-feira sobre a aprovação do casamento homossexual na Argentina também abordou sobre os comentaristass políticos argentinos que se pronunciaram acerca das consequências da forte influência que tiveram os Kirchner para a aprovação da referida lei e o ônus que terão daqui a aproximadamente um ano quando ocorrerão novas eleições, considerando a forte controle da Igreja no interior do país.

Os mais atentos a este tipo de reportagem concluirão igualmente que no Brasil não há um Presidente da República, e nem se tem a expectativa de um novo, que se disponha a lutar explicitamente da mesma forma que a Presidente da Argentina, Cristina Kirchner. Mas a cobrança e pedido de posições poderão surgir, a partir de então.

A militância brasileira precisa urgentemente fazer com que os noticiários que decorreram da aprovação do casamento homossexual na Argentina não se transformem - amanhã mesmo - nos papéis que servem de embrulho para os peixes comprados na feira, deixando que um fato ocorrido aqui do lado Brasil, num país culturalmente tão religioso e machista quanto o nosso, seja esquecido. É isto que os fundamentalistas religiosos e políticos que proliferam deste segmento desejam, tornar este fato e conquista bem distantes da nossa realidade, inclusive, de nossos pensamentos.

E algumas perguntas que não querem se calar:
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Qual a posição no ranking mundial da Argentina em termos de população em sua Parada Gay?

Porque será que o Brasil possui a maior Parada Gay do mundo e não possui NENHUMA lei sequer aprovada até hoje no Congresso Nacional?

Quais foram as considerações do Presidente Lula e dos candidatos a Presidência sobre a aprovação do casamento gay na Argentina?

Afinal, onde estamos errando?

A Presidente da Argentina, Cristina Kirchner, meus respeitos, aplausos, cumprimento e admiração.

Ao Exmo. Sr. Presidente da República Federativa do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, meu pranto e decepção.
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