O presente blog se propõe a reflexão sobre os Direitos Humanos nas suas mais diversas manifestações e algumas amenidades.


terça-feira, 20 de julho de 2010

Perícia encontra sangue em carro de suspeito de matar Alexandre Ivo Rajão


Como aqui já comentamos sobre o brutal assassinato de Alexandre Thomé Ivo Rajão, inclusive sobre a denúncia das vítimas que foram ameaçadas, acho importante trazer a recente matéria publicada no G1 RJ do dia 19/07/10, onde é relatado sobre da busca realizada no carro de um dos skinheads suspeito da autoria do crime, assim como as providências tomadas pela polícia em relação as ameaças sofridas pelas testemunhas.

Neste caso, primeiro me restrinjo a transcrever o texto do G1 e ao final, faço um paralelo da confissão do jornalista Jefferson Lessa, do Jornal O Globo, acerca do medo de procurar a polícia para denunciar a homofobia sofrida, conforme se pode verificar o histórico no último post deste blog:

"A perícia realizada no carro de um dos suspeitos de participar da morte do adolescente Alexandre Ivo Rajão, de 14 anos, encontrou vestígios de sangue e fios de cabelo no veículo. O laudo foi divulgado nesta segunda-feira (19) pelo delegado Geraldo Assed, da 72ª DP (São Gonçalo), responsável pelo caso.

Alexandre foi encontrado morto em um terreno baldio, no dia 21 de junho, em São Gonçalo, na Região Metropolitana do Rio. Na véspera, ele e alguns amigos teriam brigado com um grupo rival, que seria formado por ex-integrantes de comunidades skinheads. Os amigos de Alexandre registraram queixa por agressão na delegacia. Mas, o jovem, decidiu ir para a casa e foi visto pela última vez na madrugada do dia 20 de junho, em um ponto de ônibus do bairro Mutuá, em São Gonçalo.

Confronto de material genético
O delegado Geraldo Assed explicou, nesta segunda-feira (19), que os vestígios de sangue e fios de cabelo foram encontrados após um teste com luminol. Uma lanterna escondida no interior do veículo também estava suja de sangue. O próximo passo da investigação, segundo a polícia, é confrontar o material colhido com o DNA da vítima.

Três rapazes foram indiciados pelo crime. Eles foram presos, mas negaram participação no crime.

Homenagem ao adolescente na Parada Gay
Amigos do adolescente Alexandre Ivo prestaram uma homenagem ao garoto no dia 27 de junho durante a Parada Gay realizada em São Gonçalo. Na ocasião, alguns colegas do estudante disseram que receberam ameaças de morte por parte de skinheads que perseguem homossexuais na cidade.
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Tem um grupo de skinhead ameaçando a gente de morte por a gente ter denunciado um deles pra polícia por ter matado nosso amigo Alê”, contou um amigo de Alexandre, que não quis se identificar.

O vice-presidente de um grupo gay de São Gonçalo, Aloísio Reis, disse que integrantes do grupo já sofreram violência, mas ficaram com medo de procurar a polícia.

O delegado Geraldo Assed acrescentou que vai conversar com representantes do Ministério Público sobre a possibilidade de oferecer proteção a quem estiver se sentindo ameaçado."
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O medo de contribuir com a polícia
Ontem falamos do jornalista do Jornal O Globo, Jefferson Lessa, um homem de meia idade que sofre perseguição homofobica no bairro que mora. Já sofreu ofensas e humilhações. Apesar de denunciar os fatos no jornal, não se sentiu seguro e nem teve coragem de procurar a polícia. Ontem discordei desta atitude, pois a omissão do jornalista Jefferson pode encorajar que outros homofóbicos agridam até a morte outro adolescente, mas tenho que reconhecer que É MUITO POUCO um delegado de polícia dizer para quem está sendo ameaçado (porque a auxiliou prestando seu testemunho) que verificará a POSSIBILIDADE de oferecer proteção a quem estiver se sentindo ameaçado.
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Não cabe a alegada consulta da "possibilidade". Tem que proteger. É um direito garantido por lei.

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