O presente blog se propõe a reflexão sobre os Direitos Humanos nas suas mais diversas manifestações e algumas amenidades.


domingo, 18 de julho de 2010

O patente DESPREZO pelos LGBTs por nossos candidatos a presidência da república


Ainda continuo tentando entender o que faz o Brasil ser tão diferente da Argentina em relação aos direitos LGBTs, Congresso Nacional e Governo.

Não sei se são verdadeiras ou falsas, mas estava lendo o 'site inimigo' vi algumas afirmativas dos evangélicos em relação ao Governo e Dilma Rousseff que se referem aos nossos direitos, que conduzem a necessidade da imprescindível pergunta a candidata se procedem ou não tais afirmativas:
"...
Dentro da Assembléia de Deus, a maior denominação pentecostal do Brasil, existem alas que fazem forte oposição ao governo Lula por causa do apoio imoral do PT ao aborto e ao homossexualismo. Consciente das resistências que irá enfrentar, o Pr. David Cabral já tem uma justificativa pronta para tirar da manga: ele alega que Dilma fez o compromisso de rever os projetos de aborto e homossexualismo.

Fé de Cabral aposta: Dilma reverá o PLC 122/06

Rever os projetos? Inclusive abolir o asqueroso PLC 122/06 do PT? Cabral tenta encenar uma fé que remove montanhas ao pintar uma Dilma que, miraculosamente, reverteria políticas pró-aborto e pró-homossexualismo de Lula. Semelhante milagre era esperado também em 2002, quando Lula fez o compromisso, diante de 500 pastores, bispos e apóstolos (reunidos sob a “cortesia” e traição do ex-Bispo Carlos Rodrigues), de não permitir que seu futuro governo promovesse o aborto e o homossexualismo. Hoje, a amnésia voltou a afetar os líderes evangélicos...."
Sob este foco, nossas perguntas são supostamente respondidas. O Governo Lula sempre esteve comprometido a somente caminhar até a letra "c" do alfabeto para os LGBTs e sendo assim, quem nasceu como Presidente Lula da Silva jamais chegaria a ser Cristina Kirchner. Pior, sua cria, Dilma Rousseff, promete agir igual ou pior ao mesmo, pretensamente realizando promessas para os evangélicos de detonar os direitos homossexuais, o que explicaria a razão de todos as lideranças evangélicas, que brigam entre si na política, como Senador Crivella, Bispo Manoel Ferreira e Garotinho, apoiarem a candidata Dilma Rousseff.

Tentei verificar se procedem essas informações e encontrei no site Bahia Notícias o mesmo teor de denúncia:

“Fatia cada vez maior no bolo, os eleitores evangélicos estão por cima da carne seca nessas eleições, com os candidatos se desdobrando para atender às suas vontades. Para se ter uma ideia, a candidata do PT à presidência da República, Dilma Roussef, terá uma campanha paralela, destinada a atrair os votos dos ‘irmãos’ e coordenada pelo pastor Manoel Ferreira. Antes de aceitar a coordenação, no entanto, o pastor Ferreira, presidente do Conselho Nacional de Pastores do Brasil, fez as suas exigências. E foi atendido. Dilma garantiu a ele que, se vencer, não tomará iniciativas que afetem temas caros aos evangélicos, como legalização do aborto, regulamentação da prostituição, retirada de símbolos religiosos de locais públicos e a união estável entre homossexuais, bandeiras antigas do PT e de toda a dita ‘esquerda’. Dilma aceitou a proposta do pastor para que esses temas só sejam discutidos no Congresso por iniciativa dos próprios parlamentares, nunca do Executivo. Com a 'carta-promessa' na manga, o pastor garantiu abrir caminho para a candidata transitar com desenvoltura entre os 25% de eleitores evangélicos.
(James Martins)”

São graves essas denúncias que surgem nos sites de notícias e dos próprios evangélicos, pois contradiz o compromisso político e histórico do Partido dos Trabalhadores com a diversidade sexual. Tudo leva a crer ser verdade, mais ainda assim cabe a candidata Dilma Rousseff e aos membros lgbts da sua campanha esclarecerem de forma clara e definitiva se tais acordos são verossímeis. É o mínimo que se pode esperar. Se a candidata Dilma Rousseff estiver negociando concessões pelo voto evangélico, então os eleitores brasileiros poderão ter certeza que ela poderá, se presidente, negociar qualquer coisa.

Marina Silva, por sua vez, no Piauí, afirmou na noite deste sábado, em Teresina, após seu primeiro comício de campanha, que é contra o casamento entre os homossexuais aprovada na Argentina. Sim, ela é sincera, mas sinceridade não deveria ser considerado favor, mas obrigação e isto não a torna melhor que os demais, pois absurdamente confessou ser contrária mesmo ao casamento civil e que mistura religião com Estado, desrespeitando a laicidade. Se presidente governará como ministra religiosa, mesmo para aqueles que não seguem sua orientação de fé ou são ateus.

Falta também pegar no pé do José Serra, quem igualmente deve ser encurralado com perguntas especifícas sobre o tema. Chega de tergiversação. A pergunta deve ser objetiva, ou seja, qual a sua posição sobre o casamento civil de homossexuais no Brasil e o que achou da postura da Presidente da Argentina a este respeito junto ao seu congresso nacional.

Pelos nossos candidatos a presidência da república fica CLARÍSSIMA qual é a diferença do Brasil para Argentina no que diz respeito aos direitos lgbts.

Cabe aos LGBTs uma profunda reflexão sobre o seu papel diante desta política que negocia seus direitos constitucionais e perder o medo de cair encima de todos eles, como fizeram os argentinos.

No meu entender, totalmente incrédulo do Poder Legislativo e agora também do Poder Executivo, só nos resta criar uma avalanche de demandas junto ao Poder Judiciário para ver garantidos nossos direitos fundamentais previstos na Constituição Federal.


Fontes:

3 comentários:

Fabrício disse...

eu particularmente nao acredito que algum dos candidatos faça algo a nosso favor, simplesmente porque as igrejas, incluindo evang e catolicas princ., sao pilares dentro do legislativo, existem bancadas somente de reliosos, mas isso ocorre porque ha uma uniao dessas igrejas em votarem nos seus candidatos nas eleições. Faltaria dessa forma a nós tambem votarmos em massa em candidatos(quais não sei) que defendessem os direitos homossexuais no congresso e assim formasse uma base solida, dessa maneira ou aprovam nossos projetos na camara ou atrapalhamos a votaçao dos deles, jogariamos e venceriamos o jogo fazendo politicagem.
Apesar que acredito que falte mais mobilização, ir as ruas protestar e exigir nossos direitos, como aconteceu na Argentina, senao nao vejo muita mudança nos proximos 4 anos a nosso favor.
abraços

Carlos Alexandre Neves Lima disse...

Fabrício,

No site da ABGLT, em regra, na época de eleições, sempre disponibiliza os candidatos LGBTs e aqueles que se pronunciaram de forma favorável aos nossos direitos.

Mas assino embaixo quando vc diz que acreditar "que falte mais mobilização, ir as ruas protestar e exigir nossos direitos, como aconteceu na Argentina, senao nao vejo muita mudança nos proximos 4 anos a nosso favor"

Abs,
Carlos Alexandre

Fabrício disse...

obrigado pela informação, estarei acompanhando o site da ABGLT para assim poder votar consciente, e vou indicar para alguns amigos.
bjs

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