Já estava vibrando com o novo casal gay que surgiu na novela Ti Ti Ti.
Sem caricaturas, e mesmo sem beijo explícito, a demonstração de afeto entre os personagens Osmar (Gustavo Leão) e Julinho (André Arteche) era pública a toda cena.
Ensaiaram um beijo na hora que o pai do personagem Omar, feito pelo ator Gustavo Leão, chega à casa do casal, mas como disse, não faltaram cenas de carinho e demonstração de afeto.
Mas aqui, até em novela, tudo que é bom dura pouco.
Hoje o personagem Omar morre num acidente de carro, deixando apenas na novela o personagem Julinho, também atuado com muita dignidade pelo ator André Arteche.
Se trata apenas de uma novela, mas novela no Brasil entra na casa de todo mundo e é um dos poucos instrumentos capaz de contribuir para que os cidadãos heterossexuais, ainda preconceituosos, se permitam testemunhar uma relação diversa acolhendo o convite a um questionamento e reflexão sobre a discriminação.
Neste caso, na novela tem a bichinha que no caso é cabeleireiro, dono de salão, com toda caricatura conhecida e também o casal gay formado pelos atores mencionados. O fato deste casal gay ser formado por dois atores com estereótipos de galãs, sem afetações, facilita muito a aceitação da dita relação, e por conseguinte, a empatia do público que o assistia.
Evidente que não posso aqui contribuir com a discriminação contra o dito homossexual afetadíssimo que faz o papel de dono do salão, deixando supostamente sugerido possuir menos valor que os personagens que fazem o bonito casal gay. Não seria honesto e nem justo. Mas para que seja palatável e digerido pelo público ainda preconceituoso que assiste a novela, o casal gay com empatia facilitaria bastante, viabilizando o começo do entendimento do afeto de uma pessoa com orientação sexual diversa da heterossexual.
O homossexual masculino efeminado não tem menos valor que o homossexual com perfil masculinizado, da mesma forma que a mulher com aparência masculina não é melhor que a feminina, apenas pelos seus traços. Afirmar o contrário é contribuir com a discriminação machista, que repete na homossexualidade o seu padrão.
Mas no caso, o perfil dos personagens gays que formavam o casal era perfeito, para uma sociedade ainda com tantas dificuldades de aceitar a idéia de uma família homossexual com demonstração de afeto público.
5 comentários:
I couldn´t agree more, indeed!
Obrigado, anônimo!
abs
E eu que achei que essa novela prometia... Claro que não esperava um beijo gay, mas só a relação dos dois era válida e muito bonita. Como você disse, seria muito importante para os homossexuais que a essa imagem continuasse sendo passada, de que eles são simplesmente pessoas normais, não necessariamente afetados e que acima de tudo amam de verdade. Mas ainda tenho esperanças de que o Julinho ainda vai achar alguém... Não sei se você assiste, mas foi mencionado um outro filho do estilista lá... Um tal de Paulo se não me engano. Tipo, achei a informação dele meio desnecessária... Bom, tudo isso é só suposições feita por mim!* Bom, acho que o que podemos fazer é esperar que relações homoafetivas na novela não terminem com a saída do personagem Osmar. (yn)
Oi Gustavo,
Asssiti os primeiros capítulos e achei bastante audaciosa a novela diante dos manifestos carinhos explícitos do casal.
Não há como negar que as novelas são formadoras de opinião, portanto, importante para todos nós. Também acho que o tema não se encerra na novela. Vamos torcer.
Abs,
CA
Um casal lindo.
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