O presente blog se propõe a reflexão sobre os Direitos Humanos nas suas mais diversas manifestações e algumas amenidades.


segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

O BAILÃO DE NANDO REIS, SEM CENSURA


Nando Reis é uma figura pública de sucesso, fervoroso são-paulino, está prestes a completar 48 anos no próximo dia 12 de janeiro e tem cinco filhos.

Conta com aproximados 12 anos de carreira solo, mas desde o ano de 1978, no Colégio Equipe, se juntou aos seus amigos de futebol e criou uma banda “Os Camarões” para disputar com uma música de sua co-autoria “Pomar” no “Segundo Festival Secundarista de Música”. Desde então, não parou mais, chegando ao gosto do grande público através dos Titãs.

Foi amplamente noticiado na web que Nando Reis, ao divulgar o seu novo trabalho, “Bailão do Ruivão”, soltou o verbo em entrevista à “Billboard Brasil”, revelando ser bissexual e quais são seus padrões:

"Eu faço o que quiser com meu corpo, e o tesão que tenho com meu corpo eu não preciso revelar... Sou ruivo, não sou bonito, não sou forte, faço uma música estranha, falo coisas estranhas. No entanto, sou cortejado por homens e mulheres, desejo homens e mulheres. E estou satisfeito por dizer: bicho, eu sou antipadrão e não tenho patrão".

Olhando para atrás, em 2006, a música Monóico, que faz parte do álbum Sim e Não, já trazia em sua letra trazer versos que demonstravam a sua forma de enxergar o mundo: "Eu sou um homem você é uma mulher/Você me come porque eu quero ser sua mulher" e "Finalmente restaremos só osso e pó/Sejamos homens, mulheres, qualquer um de nós".

Nando Reis não precisava tornar pública sua orientação sexual, assim como não necessitava esconde-la.

Mas ao fazer isto, querendo ou não, contribuiu muito contra os estereótipos e preconceitos existentes e, ainda, oferece a todos que o admiram a possibilidade de uma reflexão.

Particularmente, considerei muito mais rico e interessante sua manifestação acerca de sua autoimagem: “eu sou antipadrão e não tenho padrão" que o fato de ser bissexual.

Nando Reis, em outras palavras disse NÃO SER UM ROTULO E NÃO ANSIAR POR ROTULOS ALHEIOS. Ele é o que é e ponto, da mesma forma que anuncia não serem seu olhar e desejo adestrados. É UM HOMEM LIVRE de amarras das expectativas sociais que sabe também apreciar o livre-arbítrio alheio. Sua potencial veia criativa talvez se origine disto.

Para chegar ao ponto dele dizer sua orientação sexual numa entrevista é porque, supostamente, alguma razão deve ter possuído. Como deve ser bom para Nando Reis não só ser livre perante si mesmo, mas estar livre diante de todos!

Nem todos possuem disposição para “Ser” seja lá o que for, mas mesmo aqueles que pensam saber o que são nesta vida, encontram imensas barreiras para conciliarem o “ser” com o “estar” em sociedade.

Para enfrentar a fortíssima pressão externa das tácitas ou expressas expectativas sociais é necessário realizar uma equação onde estejam agregados alguns componentes, tais como uma boa dose de amor próprio, coragem, maturidade e algum lastro profissional e econômico. Nem todos têm este privilégio. Se paga um preço, mas o resultado dela sempre é a respiração aliviada com a forte sensação de liberdade.

A música para ele é comunicação, mas neste momento, ele e sua música se misturam e servem a mesma finalidade: o favorecimento para todos de uma maior percepção.

Todo o meu respeito e admiração por Nando Reis, pessoa única, como distintamente, todos somos, mas alguns se negam a reconhecer.

Um comentário:

Eden disse...

Eu ja gostava pra caramba dele, agora então! Muito bom.

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