Já desci a lenha contra o programa CQC pelas piadinhas infames que só alimentam o preconceito.
Desta vez, na matéria apresentada sobre a Homofobia, as reportagens realizadas possuíam nítida pretensão de denúncia e, principalmente, marcar posição que o programa é contra a homofobia.
E realmente foi necessário, pois o CQC já foi considerado homofobico, no dizer de Marcelo Tas. Creio que por conta de algumas colocações totalmente idiotas do sem noção Rafael Bastos.
O bloco sobre a homofobia no programa de segunda-feira não chegou a trazer novidades, mas foi importante para que o público alvo, formado de jovens, ficasse a par que o Brasil é o campeão mundial de homofobia, com esclarecimento dado pelo jornalista Rafael Cortez do absurdo número (até o momento) de assassinatos motivados pela homofobia. Cortez ainda fez questão de frisar que tal número diz respeito apenas aos crimes noticiados pelos jornais.
Perfeito.
Gostei também da rápida e quase imperceptível participação do ator Leonardo Miggiorin se posicionando contra o Bullying homofobico, lembrando que tudo começa com o risinho...
Sabemos que uma imagem fala mais que mil palavras.
Novamente o jornalista Rafael Cortez foi impecável neste sentido. É que ao apresentar um protesto beijaço ocorrido em frente a uma famosa loja de São Paulo que teria agido com preconceito com clientes homossexuais, conseguiu conduzir a reportagem não se detendo apenas ao que apelativamente poderia chamar atenção, como a irreverência das drags presentes. Entrevistou presentes, esclareceu o que ocorria e, particularmente, fez algo que entendi como importantíssimo.
Rafael Cortez, ao apresentar o momento do beijaço com vários homens se beijando na televisão - o que poderia suscitar certa aversão para aqueles que ainda não se habituaram a conviver com homossexuais -, chamou para si as câmeras e participou do beijaço dando bitocas num homossexual presente.
Ao agir assim, Rafael Cortez tirou todo peso que a imagem poderia eventualmente receber pelos telespectadores que assistissem e mostrou, para inúmeros heterossexuais, que tal ato não o fez menos homem, demonstrando segurança em relação a sua sexualidade e, principalmente, não por palavras, mas em atos, o quanto considera horrível o preconceito.
Numa só cena, Rafael Cortez conseguiu duas proezas: defender a demonstração de afeto público por homossexuais e condenar a homofobia.
Por falar em homofobia, amanhã, dia 22 de dezembro de 2010 (quarta-feira), às 18:30 horas, na Rua Libero Badaró, 119 - Auditório da CADS - São Paulo/SP, haverá um encontro para articular uma agenda para 2011 com intuito de coibir essas ações violentas e também para que não caia no esquecimento das festas de final de ano a violência que LGBTs estão sofrendo na capital paulista. Qualquer pessoa interessada pode participar. Compareça!
Um comentário:
Sou da mesma opinião, sofria de um caso de amor e ódio pelo programa. Agora com o posicionamento contra a homofobia fico mais fã ainda...
Postar um comentário