O presente blog se propõe a reflexão sobre os Direitos Humanos nas suas mais diversas manifestações e algumas amenidades.


quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

O PROGRAMA NACIONAL DE DIREITOS HUMANOS QUE NÃO É PROGRAMA, SEGUNDO O LULA, E OS LGBTS QUE PODEM SER EXCLUÍDOS DO TORNAR PÚBLICO


O programa que não é programa.

A aprovação que deixa de ser aprovado para virar um "tornar público".

O que sempre não passou da intenção de ser apenas picadeiro de circo, criou dimensões e se transformou num verdadeiro palco do Cirque du Soleil .

Apenas quando chegou no oitavo ano de seu governo, Lula apresentou o Programa Nacional de Direitos Humanos.

Pura encenação para inglês e o seu cabo eleitoral verem. Pior que quase sempre cola.

No ano de ELEIÇÕES o Presidente baixa um decreto com o programa nacional de direitos humanos criando uma comissão (que ninguém ainda sabe quem ocupará) que deverá elaborar um projeto de lei até abril deste mesmo ano, o qual, evidentemente, deverá ainda passar pela apreciação da Presidência da República antes de ser encaminhado ao Congresso Nacional, como projeto de lei.

Se criado até abril, ninguém garante que a Presidência da República enviará até o mês seguinte ao Congresso. Portanto, não se sabe quando tal projeto de lei chegará ao Legislativo. Mais grave, Lula faz esse espetáculo tendo plena consciência que estamos no ano eleitoral e que, portanto, seria quase impossível que o projeto de lei, caso seja enviado até o meio do ano, possa ser aprovado pelo Congresso, com sua base de políticos governamental.

Logo, o que o Lula faz é pura encenação. Quando as eleições chegarem, vai dizer que tentou, mas não conseguiu, por culpa do Legislativo, falta de tempo e etc.

Essa era logicamente sua intenção inicial, um tipo de propaganda de resgate à posição de partido de esquerda. Mas a coisa toda tomou dimensão e saiu do controle. O que era nada (repleto de promessas) se tornou um nada com consequências. Por cautela e medo das consequências políticas, todos entraram na brincadeira. Finja que quer que eu também finjo que acredito e reajo. Não há inocentes no enredo. Militares reagiram, igreja e evangélicos ergueram suas vozes, ruralistas levantam o braço e a imprensa se une a todos.

Circo armado. Lula mete os pés pelas mãos, compara seu programa ao de Fernando Henrique. Aquele outro programa embuste e volta atrás.

No site do JN da TV GLOBO traz hoje a infeliz solução dada pelo Presidente Lula ao PNDH - Programa Nacional de Direitos Humanos: "A resposta de Lula às outras polêmicas deverá ser uma retificação do decreto: onde está escrito ‘fica aprovado o Programa de Direitos Humanos’ virá ‘torno público o Programa de Direitos Humanos’. Com isso, o presidente quer encerrar a crise, esclarecendo que não se trata de programa de governo, apenas o resultado do debate com representantes da sociedade, a ser trabalhado por várias comissões.

Portanto, aquelas diretrizes não serão mais reconhecidas como "programa de governo", mas processo de consulta à sociedade civil e, se eximindo de toda e qualquer responsabilidade, ao final do mesmo, o Presidente ao invés de declarar APROVADO aquilo que seria um programa, dirá apenas que o torna público.

Outras notícias pipocam, e o que era para ser apenas um grande fingimento acaba revelando a verdadeira face de alguns.

A lógica adotada pelo Lula, na qual apenas estaria refletindo uma consulta popular serve para os outros, mas não para os LGBTs. A consulta aos LGBTs não existe. Talvez nem existam LGBTs.

É que nesse MAR do NADA, contendo apenas promessas que provavelmente jamais se cumpririam, os LGBTs foram também alvos, gerando socos vindos da igreja que, perto do final do segundo tempo, serviu para revelar a verdadeira face de grandes nomes do cenário político do governo.

Basta lermos que "O ministro dos direitos humanos, Paulo Vannuchi, declarou ao jornal "O Estado de São Paulo" que "até pode abrir mão de temas como a união civil gay, o aborto e outros". Na mesma linha de não apoiar o casamento gay seguiu o deputado Cândido Vaccarezza (PT- SP) e a senadora Ideli Salvati (PT-SC).na Folha de São Paulo ".
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Surpresa!


O espetaculozinho criado era do Governo, mas de repente, nós LGBTs nos descobrimos num verdadeiro picadeiro de circo, onde não somos a platéia, mas os palhaços de quem todos riem.

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