Vou tentar fazer jus ao anúncio do meu blog que diz que se propõe a falar sobre direitos humanos e outras “amenidades”. Mas amenidades e direitos fundamentais podem estar literalmente juntos.
É o caso da matéria publicada por Rodrigo Borges, jornalista e músico, em 17 de novembro de 2009, no site http://www.estadodecirco.net/o-personagem-gay-de-mauricio-de-sousa/ que fala da grande surpresa que Mauricio de Sousa deu aos seus leitores, na edição número 6 da revista da Tina, ao apresentar o primeiro personagem gay da grande leva de criações dos estúdios do cartunista. A notícia causou polêmica e o Mauricio de Sousa teve que dar inúmeras explicações no Twitter.
Rodrigo Borges foi perfeito na informação e em seus comentários.
Vou reproduzir aqui:
“Mauricio de Sousa tem 74 anos e há 50 começou a criar sua maior obra, a Turma da Mônica. Desenhista que ajudou na formação de gerações de brasileiros, ele está nas manchetes neste começo de semana não por uma coelhada da Mônica ou um latido do Bidu. Mauricio de Sousa tem agora entre seus “filhos de gibi” um personagem gay.
Caio saiu do armário na sexta edição da revista Tina. Amigo da personagem principal, a proximidade dos dois despertou o ciúme de Miguel, namorado da moça. Diante do mal-estar causado, Caio faz a revelação, de forma natural. Afirma que não há razão para preocupação e diz que é comprometido, para em seguida apontar para um outro rapaz, que acha graça. “Ô! Que gente doida”, diz o namorado.
Mauricio prefere não confirmar o que fica evidente na história “O Triângulo da Confusão”. Mas sofreu patrulha e críticas, que respondeu pelo Twitter. “A revista é dirigida a um público adulto jovem, não tem nada a ver com a Turma da Mônica ou o público infantil ou infanto-juvenil”, afirmou. A assessora dos estúdios confirma que é a primeira vez que o assunto é tratado na obra do desenhista.
Caio é um personagem feliz, tranquilo quanto à sua sexualidade, algo que é quase ofensa em um Brasil que se diz liberal, mas esconde racismo, xenofobia, sexismo e homofobia debaixo do tapete. “Uma coisa vai se manter em nossas produções: o respeito pelo ser humano”, diz Mauricio. Feliz do país que tem um Mauricio de Sousa”
Só a polêmica que causou demonstra o quanto foi importante essa criação do Maurico de Sousa. Nada disto ocorreria se o personagem fosse negro, evangélico, mulher, velho, oriental, deficiente físico, macumbeiro ou árabe. O problema é que se trata de um personagem homossexual. MAS QUANTA DISCRIMINAÇÃO!
É exatamente pela falta de informação e de boa FORMAÇÃO dos preconceituosos de plantão esse simples personagem se torna tão importante para que se exclua a ignorância. E é justamente no segmento que forma crianças e adolescentes que falta esse noção básica de convivência de respeito e inclusão.
Maurício de Sousa, em sua expertise, não faz qualquer apologia, apenas lembra que homossexuais existem e merecem respeito.
2 comentários:
Alexandre, a pessoa responsável por essas "atualizações" das histórias do Maurício de Souza ao mundo contemporâneo é uma de suas filhas (não lembro o nome dela), segundo o próprio.
Há tempos ela já vinha falando para ele da necessidade (pela atualidade da questão já posta na sociedade) de dar visibilidade ao tema já posto.
Foi dela, inclusive, a atualização do linguajar praticado pelos personagens da Mônica jovem, onde, ainda segundo abordado em recente entrevista do Maurício para a TV Brasil, houve apropriações de gíria do segmento gay jovem.
Mauro Sousa filho dele é gay! Quem entede percebe vai lá no Instagram dele e confira!
Postar um comentário