O presente blog se propõe a reflexão sobre os Direitos Humanos nas suas mais diversas manifestações e algumas amenidades.


domingo, 16 de maio de 2010

Dia Nacional de Combate à Homofobia


"A essência dos Direitos Humanos é o direito a ter direitos"
Hannah Arendt


Hoje estive presente ao Ato de Manifestação do Grupo Arco-Íris em Ipanema contra a homofobia.
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O número de efetivo participantes não era abundante, pelo contrário, não passava de 80 ou 100 pessoas, mas praticamente se bastava. Bastante efusivos, barulhentos (apitos) e divertidos.

A maior participação era do Núcleo Jovem Arco-Íris, que acorrentados, com cara pintadas e apitos, faziam maior rebuliço na Av. Vieira Souto, entre os bumbos repercutidos de um imenso tambor que guerreiramente era tocado por uma bastante jovem lésbica, de pouco mais de metro e meio, de aparência frágil e delicada, mas que descalça, batia aquilo parecendo que tava com o diabo no corpo (no bom sentido). Uma moça que, animadamente, andava de perna de pau parecia o abre-alas que conduzia a todos, e eram dos jovens gays também que vinham os gritos de ordem. Em frente a praia da Farme de Amoedo pararam e se dirigiram para a galera praiana que, no máximo, olhava curiosa, entretanto, sem aderir./

Os jovens gays eram fashions, alguns usavam shortinhos curtinhos, minissaia e outros bermudões, num traje típico para quem está numa orla carioca. Todos tinham o charme próprio que só a juventude possui.

Não havia quem passasse que, pelo menos, não parasse um minutinho. Mas o mais importante, para TODOS transeuntes os jovens entregavam um impresso, espécie de carta a população, no qual se apresentavam e explicavam o significado daquele ato na praia.

Uma extensa carta, bem redigida, esclarecia que o mundo inteiro celebra no dia 17 de maio a retirada da homossexualidade da Classificação Internacional de Doenças pela OMS e que o Grupo aproveitada a solenidade do Dia Mundial de Combate à Homofobia para conscientizar a população.

Nestas espécies de manifestação o que este Grupo específico me chama atenção são os detalhes de sua organização e a maneira de tentar uma comunicação com o povo. Isto não chega a ser uma novidade, este mérito não é restrito na atual presidência da lésbica Gilza Rodrigues, já era assim no tempo em que o Cláudio Nascimento era militante e presidia a referida ONG.

Após os protestos marcados pelas palavras da Presidente do Grupo Arco-Iris, Gilza Rodrigues, foi a vez do superitendente Claudio Nascimento (SUPERDIR do Governo do RJ) se pronunciar, prometendo, mais uma vez, o cumprimento das velhas promessas já feitas e não realizadas pela Benedita da Silva, quando ainda exercia o papel de Secretária de Estado de Assistência Social e Direitos Humanos (SEASDH). Nascimento, garantiu um grande investimento do Governo do Estado, inclusive os Centros de Referências, e que tudo sairia do papel até o dia 28 de junho.
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Lealdade deveria ser o nome do nosso ex-ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, que mais uma vez deu mostras de sua fidelidade aos ideais anti-discriminatórios, prestigiando o evento e a confiança depositada por todos aqueles jovens. Minc, ressaltou a importância para o país que no regime democrático que seja assolada a discriminação, não só contra lésbicas, gays, bissexuais e transgêneros, mas qualquer um a quem seja dirigido o preconceito. E, evidente, fez referência as igrejas que ainda se debruçam para impedir que isto ocorra, com a ressalva daquelas duas que estavam presentes ao ato.

Verdade, além dos jovens do Grupo Arco-Íris, o segundo maior segmento me pareceu ser dos integrantes da Igreja Cristã Contemporânea. André Sena também se manifestou na qualidade de membro representante da Igreja, sendo bastante aplaudido ao final.

Fiz as fotos, de forma rudimentar, através do aparelho celular. Não havia levado a câmera. Mas ainda assim, uma foto em especial gostei muito: o cartaz de LUTO PELA HOMOFOBIA, apontando os números de homicídios ocorridos no ano de 2009 e os que foram contabilizados até a presente data.
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As mãos em oração de uma lésbica negra, em frente ao cartaz de luto, como se representassem as orações e expectativas de tantos corações LGBT de um dia pararem de contar seus mortos.


Fotos: Carlos Alexandre/Direitos Fundamentais LGBT

2 comentários:

ADAGOBERTO ARRUDA disse...

O Grupo Arco-ìris está sempre a frente do seu tempo. Sinalizando os cancros do preconceito e tentando soluções para dissolver-los ou exterminá-los.
Parabéns Alexandre por mais esta reportagem!
Parabéns aos "JOVENS-GAI" pela justa iniciativa!!
Parabéns Gilza pela força do Grupo que preside!!!
Adagoberto Arruda

Carlos Alexandre Neves Lima disse...

Adagoberto,
Obrigado pelas inteligentes e agradáveis palavras.
Acompanho o MLGBT há algum tempo e tenho que concordar contigo que uo Grupo Arco-Íris sempre está entre aqueles que mais se destacam.
Abraço

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